sexta-feira, novembro 28, 2008

Lembrei-me agora

da expressão mais cómica que ouvi nos últimos dias.
Acerca da rivalidade entre Porto e Lisboa, diz um amigo meu que conhece uma pessoa que é tão bairrista, mas tão bairrista,
"que até rouba na Meteorologia!"

Ah, rapazes!

Que frio hace na nossa tierra!


O outro,

o nosso blog, está a tornar-se rapidamente o dela.
E que bem que está a ficar.

quinta-feira, novembro 27, 2008

Ora, abóbora!

Há bocado fui buscar uns donativos para o Food ao local de trabalho da chefe - um saco de nabos e uma abóbora gigante.
Já só me falta o sapatinho de cristal.

Ando cheia de fome,

como tudo o que me apetece,
e cada vez aperto mais o cinto.

Spa espiritual

Mais do que refúgio, ir a Trás-os-Montes é um spa espiritual.
Para limpar, descarregar, refrescar e revitalizar.
E voltar como nova, jantes brilhantes.
Nunca mais é sábado...

Diagnóstico: loucura certificada

Ontem fui levar o Dudu à revisão.
Não tem folga nenhuma no travão de mão, não precisa de calços dos travões, vai levar uma borracha de vidro nova, já tem a blindagem do banco no sítio, levou óleo novo, bem como filtros do ar e óleo, desinfecção das condutas de ar, ajustaram-lhe a direcção porque fazia parte de uma promoção, lavaram-no e aspiraram-no e ainda voltei com uma mantinha de brinde.
Quando o fui buscar, sozinha no parque, e o vi a brilhar, jantes como novas, falei-lhe como a um bebé: "O lindo da mamã, está tão lavadinho, potou bem?"
Tratamento: internamento compulsivo.

"Anda"

Não sei se é por lhe estar sempre a dizer "anda" ou se por não conseguir dizer Joana.

Densidade: 100%

Quando se conhece, sabe-se como chegar lá.
Rapidamente. Quando mais precisamos.
E é bom.

Food for what...?

Mais uma noite em que duvido do que faço ali, duvido das razões, dos princípios, da motivação.
Está frio e tratam-nos mal. Tenho sono e estou cansada e vou lá apanhar frio e tratam-nos mal.
Estamos cansados e ainda temos tanta comida e ameaçam-nos.
Queixam-se da roupa, queixam-se das regras, "Casacos só pode levar um, está bem?", questionam a nossa vontade de dar.
Não somos voluntários cheios de boa vontade e até amor para dar, somos carrascos e polícias, controlamos, moderamos, somos insultados.
Não saímos de S. Bento sem ouvir "É preciso gostar do que fazem", de alguém que diz ter em casa botas de 200 contos, "só estou aqui porque preciso" - desdenha, envergonha-se, mas quer levar tudo. Não pode, "temos mais pessoas".
Julgo que julgam que somos pagos para fazer aquilo. "É preciso gostar do que fazem!"
No Sto. António gritam-nos por não sabermos que sim, o senhor também dorme aqui.
Esgota-se a paciência.
No Aleixo somos ameaçados por um morador, "qualquer dia passamo-nos dos cornos e deitamos fogo a isto tudo". Nós calados.
Questionamos o que fazemos ali, só queremos ir embora mas ainda há tanta comida...
À saída, polícia. Nove pessoas em seis lugares. "Fomos distribuir comida", o polícia ri-se e diz que levamos ali um regimento. Seguimos.
Já é meia-noite quando chegamos a Júlio Dinis. Mais reclamações e nós fartos, cansados, esgotados, burned out.
No caminho de regresso, para consolar, cantamos alto e bom som todas as músicas de Natal que conhecemos. Aquecemos.
Não posso parar para decidir - para a semana sou cozinheira, que a chefe vai de férias.
A vida continua e eu não tenho tempo para pensar.
Talvez seja melhor assim.

terça-feira, novembro 25, 2008

Nada a ver, mas...

quando temos coisas entaladas na garganta, é melhor beber água e esperar que passe ou vai logo de manobra de Heimlich?
Eu sou mais de murros, de facto. Principalmente quando já deito água pelas orelhas.

Eu ainda nem tinha 14 anos, acho,

e já tinha os Chicos a moldar-me os gostos e as noções de amor, amizade e vida.
Sim, os Chicos - o Buarque e o outro, que trouxe o de Hollanda lá para casa.
Discos de vinil de 100$, matéria preciosa que nos embalava as tardes e me ensinava (falo por mim) que os brasileiros são os nossos irmãos mais giros, mais divertidos e mais eloquentes que nós.
E babamo-nos por eles.
Aqui não vale a regra de "em inglês isto soava melhor", porque assim é tudo mais bittersweet.
Especialmente as separações.
Trocando em miúdos, a verdade é que esta é a melhor "música de separação" que há.
(Perdoa-me, Bowie, o Five Years não lhe chega à ponta dos calcanhares.)
Porquê? Porque sim.




Manas, esta é para o clube.

segunda-feira, novembro 24, 2008

No Deezer

a música da Amália "Tive um coração, perdi-o" aparece como "Tive um caroção, perdi-o".
Ainda bem!

Auto-censura

Apetecia-me escrever
"Nunca entres numa não sei quê não sei quantos, porque depois isto e aquilo e não sei quê", como ele bem diria, mas não posso.
O que eu me ri com isto.

Mitos urbanos (e rurais)

Tal como as 7 colinas de Lisboa que ninguém consegue contar ou o "2" de Miranda do Douro que nem sempre se deixa distinguir nas escarpas do rio, dizem os antigos que, em dias de sol e céu limpo, do fundo da Constituição vê-se o mar.
Hoje de manhã a vir para casa, no ponto mais inclinado da rua, junto ao BGC, o azul lá longe pareceu-me água salgada.

domingo, novembro 23, 2008

Dito isto,

às vezes tenho tantas saudades de Lisboa que até dói.
Cidade mais gaja, pá.

Ou eu andei numa escola de elite

ou os Lisboetas são todos uns burgueses mimados, também conhecidos por betos.
A Associação de Estudantes do ISCTE manda-me um email com o tema
"Snowtrip 2009"
A palavra de ordem é neve, dizem eles.
A palavra de ordem é tende juízo, digo eu.

Ontem

No meio do Maus Hábitos, a meio da noite, ela puxa-me e diz, de um só fôlego,
Não interessam os Jaguares (é lindo, patrãozinho) ou as casas com piscina em Moledo, o que interessa são os amigos.
Concordo e acrescento para mim,
Melhores coisas da vida: ter o que fazer e estar com amigos a sério.
E ter quem goste de nós. (Como eu tenho.)
Hoje acordo e leio isto.
E sei que é real.

É mais fácil

tratar de uma criança de dois anos
do que de 3 amigos bêbedos.
Irra!
Tudo a ir para o carro. À minha frente, já!

Das preocupações com problemas que não existem

Entro em casa às 10h30 da manhã de domingo.
A minha Mãe, à espera que o chá fique no ponto certo, assusta-se com o barulho da porta.
Passado o susto inicial, preocupa-se muito com a minha chegada - pensava que eu estava no quarto a dormir, e agita-se: "ai, meu deus, ai, meu deus".
Poderá não ser uma hora muito recomendável e não dar saúde nenhuma, mas não estou já dentro de casa, sã e salva?
Depois a herege sou eu por invocar o nome do senhor em vão.

Multi-facetado

Dos números

É muito bonito, isso tudo que tu dizes,
mas eu sempre ouvi dizer que um banco de três pernas equidistantes é mais resistente do que um de quatro.
E até sei quem é o elo mais fraco, adeus.

S(t)eriado

sábado, novembro 22, 2008

Guronsan

logo de manhãn
é melhor que uma maçãn!

Tomorrow Never Knows

The Fab Four, very appropriate.



In stereo

Provérbio do dia

Não há fome que não dê em fartura,
mas nunca comas cornettos no Aires.

sexta-feira, novembro 21, 2008

Só me meto em alhadas

Estou metida na relação mais estranha que alguma vez tive com um homem.
Conhecemo-nos há dois dias, mas trata-me como se fôssemos velhos amigos.
Tudo bem.
Tem mais manhas do que muitos manhosos juntos e alega, repetidamente, frio e cansaço para se escusar a vir passear comigo.
Mau.
Espera que lhe ponha a comida à frente e às vezes parece que tenho de lha dar na boca, tal é a preguiça.
Ai, ai, ai...
O pior de tudo é que, seja em que altura do dia for, só quer brincadeira!

Da comunicação aos 2 anos

Falar com uma criança de 2 anos que se conhece há 2 dias é motivo para muita gargalhada.
Pelo menos para mim, que não entendo metade do que ele diz.
Enquanto passeio com ele pelas ruas cheias de sol, percebo que os miúdos são de uma resiliência espantosa.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Esta, esta é que eu queria e não consegui


Hoje de manhã


My Brightest Diamond, Dragonfly

É estranho ter saudades de coisas que não foram boas? 
Se calhar...

Lá em baixo ainda anda gente

a discutir, ou melhor, a lavar roupa suja familiar.
Para não vos incomodar mais, decidimos discutir num sítio só nosso.
Uso obrigatório de capacete e protecção auditiva.

O puto está a dormir

e espera-se que continue a fazê-lo até às 15h30.
Assim, posso dizer duas coisas:
primeiro post no novo trabalho (novo em mais do que um sentido)
e
consegui a tarefa mais assustadora do dia - pôr o puto a dormir.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Troca de emails com a amiga enfermeira

Eu:
A hipocondríaca de serviço tem uma pergunta para ti. Ontem doía-me o peito. Principalmente do lado direito, como se fosse o pulmão. Como quando se tem bronquite ou assim...
Respirei fundo umas quantas vezes, mas não passava. Também estava com azia.
Quantos dias de vida achas que tenho? :p
Ela:
Nem sei como ainda tas viva. Dava-te uns minutinhos apenas, mas afinal...
Fuma menos carago :)
Eu:
Ahahahahahah!

terça-feira, novembro 18, 2008

Ainda não eram oito da manhã

quando cheguei ao mais posh complexo de prédios do Porto.
A gente rica sai cedo de casa, posso assegurar. E são bonitos, pá!
A última vez que estive ali com o intuito de entrar foi há seis anos, razão pela qual me amaldiçoei por não ter perguntado ao irmão o andar pretendido.
Descobri sozinha, sabe-se lá como.
Entrar naquela casa é como entrar num hotel, o terraço maravilhoso banhado da (inesperada) luz do sol, as 300 salas e salinhas que se percorrem para chegar ao destino, a mesa do pequeno-almoço estrategicamente colocada ao lado de uma janela enorme e quente.
Ela abriu-me a porta lá de baixo, ele veio receber-me.
Sem planear, depois do beijo único de condição de posh adquirida há uns anos, abracei-o sem rancor.
O meu tio, que eu não via há seis anos, está quase cego e usa o olho bom para me ver a cara.
À falta de reconhecimento visual, reconhece-me a voz e diz que pareço a minha irmã.
Pergunto-lhe como faz a vida dele: tem motorista, ainda vai trabalhar todos os dias e, nos sítios que conhece, movimenta-se bem, mas já não sai à rua sozinho.
Antes que (me) perguntem porque não o via há seis anos, a resposta é muito simples: há muito tempo que decidi não me dar com pessoas de quem não gosto.
Depois levei a prima mais deliciosa ao aeroporto, contive as lágrimas, e devolvi a tia e prima que sobram até sábado à casa do tio posh.

Post há muito devido a uma certa irmã

No sábado fomos "prá balada" com as primas, só mulheres - eu, Pi, Dani e Chris.
Café no Plano B, bebidas no Armazém do Chá.
Depois, logo em frente, o Lusitano, que elas adoraram. Pelos vistos, devíamos ter ido directamente para lá, sem passar na casa partida.
Pelo meio, uma prima que não se convenceu com a regra ali mesmo inventada do outro continente para namorados - que é qualquer coisa como "estás noutro continente, não conta" -, e outra com vontade de comprovar que a regra é válida.
Para meu espanto, o sucesso foi mesmo a rua das Galerias Paris. Adoraram!
A Chris quer voltar lá.
Aliás, a Chris quer ir visitar o Hospital Veterinário do Porto, acho que vamos fazer um intercâmbio: ela vem para cá, eu vou para São Paulo.
Estas primas são tão parte de nós que é estranho não as podermos ver mais vezes.
Apesar das diferenças de educação, ambiente e até de continente, são mais parte de mim do que outras pessoas que cresceram ao lado, reconhecemo-nos à primeira e é quase como se estivéssemos sempre juntas.
A genética, pelos vistos, conta.

sexta-feira, novembro 14, 2008

Kidsitting

Longe vai o tempo em que tinha de lhes mudar fraldas e dar biberões, por isso não lhe posso chamar babysitting.
Em vez de dar comida aos sem-abrigo, na quarta fui fazer outra boa acção e ficar com os meus primos de 10 e 7 anos enquanto os pais deles iam resolver um problema familiar.
Descobri que tomar conta de miúdos desta idade é basicamente ser empregada doméstica.
Fiz o jantar, perguntei quem queria sopa, servi-os, comi com eles, descasquei-lhes fruta para a sobremesa e depois eles saíram da mesa e apareceram na sala de pijama vestido.
Mandei-os lavar os dentes e vimos os Simpsons até serem horas de deitar, hora essa a que eu própria também só queria dormir.
Mas enquanto os meninos dormiam a sono solto, eu voltei para a cozinha, lavei a louça, sequei-a e arrumei-a e depois fui dedicar-me a um cigarro a quem gosto de chamar amigo.
A primeira vez que fiquei com o mais velho, sozinha em minha casa, quase que o matei ao dar-lhe um pedaço de maçã demasiado pequeno para os seus meros 12 meses, e naquele momento em que o vi a lutar por ar, a minha vida passou-me em frente aos olhos em milésimos de segundos, mas em fast forward: os pais a chegarem e eu a ter de dizer que lhes tinha matado o precioso primogénito.
Não sei bem de onde, mas no segundo seguinte recuperei o raciocínio, enfiei a minha mão de adulta dentro da boca dele e resgatei o bocado de maçã engasgador. Ele nem piou, passou do susto para o sorriso.
Hoje sei que os bebés pequenos se viram de cabeça para baixo em caso de engasgamento e aos adultos dão-se palmadas firmes entre as omoplatas ou a manobra de Heimlich em último caso.
Tenho uma boa média: 4 primos em segundo-grau, um primo direito e vários miúdos sem relação de parentesco, todos vivos até hoje.

"Helpdesk da Família L., bom dia"

Logo pela manhã, a central de telefones do serviço de helpdesk da família sofreu um congestionamento.
Coisa estranha nunca vista, as reclamações pelo post anterior foram numerosas - e furiosas.
Costumam ser questões práticas, como endereços de familiares, receitas com tradição ou mesmo a ocasional busca de cartões multibancos perdidos, mas naquele dia não, tudo eram reclamações.
Entre muitos "Não, não, o caderno é meu!" vindos de todas as partes, também houve tentativas de processos por difamação ("Nunca meti um guardanapo dentro de roscas, tem juízo!"), correcções à veracidade da história ("Eu fazia tudo o que queria? Deves estar tolinha!") e outras coisas que agora não me recordo.
Tive de apelar à minha melhor diplomacia e dizer
Caluda, o blog é meu e eu recordo o que quiser!
Haja pachorra.

terça-feira, novembro 11, 2008

Bolo de Laranja

Quando eu era pequenina e ainda nem sabia ler, a minha Mãe tinha um rancho de quatro filhos à volta dela sempre que abria o caderno de receitas.
Para nos entreter, na altura da marmelada fazia-nos rebuçados da calda de água com açúcar antes de lhe juntar os marmelos.
Ou então deixava-nos moldar (e até rechear) as roscas que depois fritava.
Outras vezes, a comprovar pelo velhinho caderno de receitas que ainda guarda, deixava-nos sentar de joelhos em cima de bancos e usar a bancada ao lado da lareira para fazer desenhos - a tela preferida era a capa do dito caderno.
O meu irmão devia andar a aprender a escrever e usava qualquer superfície para rabiscar, às vezes letras, às vezes símbolos incompreensíveis.
(Nessa altura eu andava de certeza a fazer malabarismos na hora da sesta no infantário.)
Lembro-me dos protestos das minhas irmãs, mais velhas, quando ele quis desenhar bonecos no caderno - e a minha Mãe deixou.
(Ela sempre o deixou fazer tudo o que queria.)
Até hoje lá estão os desenhos, a Mãe de avental a cozinhar com uma colher de pau na mão e, em primeiro plano, uma menina (qual de nós seria?) a brincar com uma boneca e duas bolas, mais tarde censuradas.
Esta herança de família foi bravamente disputada por todos, "não, sou eu que fico com ele", "não, sou eu que sou mais velha", com a minha Mãe atrás sempre a dizer "oh, quando forem grandes o caderno já nem existe".
Existe pois, e ainda hoje o usei para fazer o bolo de laranja preferido do meu Pai, que faz 63 anos.

Porque não me apetece encontrar a cassete


Suzanne Vega, The Queen and the Soldier

E mesmo que encontrasse, onde é que a punha a tocar?

Como nunca serei

uma destas mulheres, posso afirmar com toda a veracidade que a conversa que decorreu na madrugada de domingo passado dentro do meu carro, ali para os lados do apeadeiro de não sei o quê que agora não me lembro, à porta de casa dela, e que durou um bom par de horas (ou dois),
essa conversa decorreu, toda ela, de carro desligado.
Se não contar o rádio ligado e o ocasional abrir de vidros para (mais) um cigarro,
que se há coisa melhor do que falar horas a fio com ela, falar até ver raiar o dia,
é falar com ela horas a fio até ver raiar o dia enquanto fumamos cigarros.
Nunca chega, por isso repetimos o feito no domingo à noite.
15 dias juntas, disse ela.
(que) Poço (tão) fundo.

Casa da Música adorada

Hoje (ontem) vi a Matthew Herbert Big Band.
Fantástico! O meu estilo de música preferido, a que eu chamo "música de diva" - blues, uma pitada de jazz, muito trompete e, claro, saxofone -, com o timbre de música electrónica.
Confirmei que não há fado, indie rock, nem folk ou música do mundo que me faça falta quando a opção é a minha música de diva.
A companhia habitual - não podia ser melhor.

domingo, novembro 09, 2008

Et encore


Pela primeira vez vi Nouvelle Vague ao vivo.
Depois da abertura a cargo de Gérald Toto (obrigada, Blitz), a menina mais fofa das meninas fofas francesas, Melanie Pain.
Quando o concerto finalmente começou, já tínhamos uma hora de música em cima - com duas ou três interrupções para pousar casacos, beber (maus) finos e tentar fumar um cigarro num espaço todo ele de não-fumadores (coisa que não se percebe porque na festa Jameson, no mesmo Sá da Bandeira, toda a gente fumava em todo o lado).
Gostei de (re)conhecer o repertório todo, não gostei do facto de a sala estar tão cheia que mal se conseguia dançar ou mexer ou ver o palco.
Depois as trocas de vocalistas, sai Nadeah Miranda e Jody Sternberg e entra Melanie Pain, sai Melanie Pain e entra Gérald Toto. Engraçado.
Ao fim de quase duas horas de música, os encores.
Duas ou três músicas tudo bem, mas encore de encore é capaz de ser demais.
Deu-me vontade de rir quando percebi que estávamos a pensar ir embora com eles em palco.
Bom e tal, gostei muito, mas agora vão lá embora.

sábado, novembro 08, 2008

Voltei a sonhar com bebés.

Desta vez fora da barriga.
Culpo a Nimesulida e a Ebastina. E talvez a sandes de presunto a meio da noite.
Não tenho culpa: uma pessoa tem fome e o Pai traz-nos presunto para casa, prontinho a partir com uma faca bem afiada, como eu gosto. Não há como resistir.
Desta dor de garganta que ameaça transformar-se em amigdalite: esteve sempre do lado direito, e agora a amígdala inchada - tão inchada que se vê no pescoço - é a esquerda.
Que corpo democrático o meu.
Agora vou ali encher-me de vapores para ver se aguento os Nouvelle Vague de mais logo sem queixas de maior.

sexta-feira, novembro 07, 2008

Ontem tive um sonho estranho

Por que razão isto é motivo para um post é uma coisa que me ultrapassa, mas ou é da febre (que não tenho) ou então é porque achei que seria coisa para partilhar.
Não é. Os sonhos são para nos lembrarmos de manhã e, conforme a estranheza seja mais ou menos forte, nos rirmos do nosso inconsciente e das coisas que projecta neste nosso cinema nocturno privado.
É por isso que não vou contar que ontem sonhei que estava grávida, com um vestido preto comprido para o funeral do meu avô, sentada com amigos num grande relvado, a tentar lembrar-me se teria consumido álcool ou carne crua nos últimos dias, por causa da saúde da criança.
Ao álcool não dizia que não, mas carne crua?
Acho que o meu inconsciente me queria dizer "Precisas de ferro, ó estúpida!".

quinta-feira, novembro 06, 2008

Eu não sei o que me aconteceu

Mais 10min da novela da tvi que a minha Mãe vê e tinha-me dado uma coisa má.
(Acho até que a febre começou a querer dar um ar da sua graça pela segunda vez hoje.)
Não há pachorra!
Então ele trai-a na lua de mel, ela foge para casa da Mamã, conhece outro a quem não dá trela porque ele é um parvo mas parece que gosta mesmo dela, ele, que ainda é marido porque no meio da parvoeira toda não se divorciaram, vai atrás dela e conquista-a - não se percebe bem porquê, que parva é a tipa -, depois o outro, coração devidamente partido, vai atrás dela, o marido vê-os juntos e faz uma cena de ciúmes ridícula e (esta é a punch line) toda a gente age como se ela fosse uma rameira??
Aliás, que raio de palavra é rameira? E porque é que não há rameiros?
Foi feitiço, não sei que me deu para estar a ver esta banha da cobra de imperialismo emocional e machismo insuportável em formato de novela.
E agora vou expurgar-me com Interpol a ver se me sai o raio da música da cabeça.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Onde

é que estão as reportagens de rua sobre a vitória de Obama?
Andar para aí a perguntar ao português comum, no Marquês ou nos Aliados,
"Como é que se sente?"
e ouvir um berro de
"Portugal é o maior!!"
Onde?
Eu queria rir-me um bocado, que esta semana não vi o Gato Fedorento.

Não me interpretem mal

Eu gosto muito dele, o novo Presidente.
Giro, carismático, inteligente, eloquente. (Sem ordem de importância.)
Tanto, que até lhe dou um conselho:
Não vás a Dallas, pá.

Ou pelo menos não vás sem pedir o Papamobile ao Ratinho Ratzinger...

Yes we can

Mais do que o facto de Obama estar a anos-luz do chamado socialismo europeu
Ou de, no fundo, (vir a) ser apenas mais um presidente da mais falsa democracia do Mundo, onde nem liberdade de associação há (não é permitido fundar um partido comunista - liberdade parcial não é liberdade)
Mais, muito mais do que os EUA serem a potência que controla o Mundo todo com guerras, levando tudo e todos pela frente
Mais ainda do que não sabermos verdadeiramente o que Obama vai fazer na Casa Branca e se vai realmente mudar o Mundo, mudando os EUA
Mais do que tudo isto junto, o que me entristece é ver que, prodigioso que o feito seja,

é mais fácil eleger para presidente um homem negro
do que uma mulher.

Um dia, Yes we can, sisters.

Update do 1x2

O telemóvel passou-se outra vez.
Eu estou com uma dor incipiente na garganta e ouvido direito.
Vai ser um dia bonito, vai vai.

Melancias em Novembro

Hoje o dia parece um jogo 1x2 (Universo x Joana) e ainda só vai a meio.
De manhã atrasei-me para sair de casa e não tinha lugar para estacionar ao pé do restaurante. (1)
Na segunda volta, um carro a sair e um lugar para mim. (2)
Fui buscar a carrinha, mas não a consegui obrigar a subir a rua, por isso fui dar a volta grande. (1)
Só cheguei ao Banco às 10h. (2)
O horário foi alterado, por isso em vez de estar atrasada, tive de esperar quase até às 11h. (x)
Enquanto espero, saem ratos do cabaz de outra associação. Fujo dali sem conseguir conter um grito. (1)
Detesto ratos, que nojo.
Depois de cuidada inspecção, o meu cabaz não tem ratos. (2)
Também quase não tem comida, mas tem dois garrafões de azeite de 2L cada. (2)
O meu telemóvel pifou a meio da manhã. (1)
Agora parece-me normal, mas nunca fiando. (x)
Não consigo descarregar a carrinha de uma só vez porque os carros atrás de mim querem passar. (1)
Depois de tirar finalmente todos os sacos, troco o meu carro pela carrinha, num dos estacionamentos mais fáceis que já fiz, sem atrapalhar o trânsito e sem incomodar ninguém. (2)
Saldo final: como é que ainda há melancias em Novembro?

Às 3h30 da manhã,

hora portuguesa, Obama dirigia-se para o Grant Park para o provável discurso de vitória.
Eu, como sou céptica, nem queria acreditar no que via, para não ficar desiludida, e fui dormir.
Hoje, antes do despertar das 7h30 para ir ao Banco Alimentar, acordei de repente com uma preocupação: o Obama ganhou ou fui eu que sonhei?
Sensação irreal.
Confirmei a vitória no JN pousado em cima da mesa do café onde tomei o pequeno-almoço:
Barack Obama ganhou.
Até o Sol está mais bonito hoje - e eu estou sem palavras.

P.S. É claro que vou ao aniversário do meu avô. Obrigada pelos votos.

terça-feira, novembro 04, 2008

Eu sei que se calhar hoje é o dia

em que o Mundo pode ficar um bocadinho melhor ou mudar ligeiramente para uma direcção positiva.
Mas o dilema que me assola é meu e, por isso, muito mais importante.
Fico no Porto a ajudar a campanha de recolha de alimentos para o Banco Alimentar, dado que sou uma das poucas condutoras da carrinha que transportará os donativos (e a única mulher, note-se)?
ou
Vou para Trás-os-Montes festejar o aniversário do meu avô que faz 94 anos e que eu nunca sei quando vai ser a última vez que o vejo?
Não há eleições que resolvam isto.

Simples cosmética

Ontem a minha Mãe foi fazer uma mamografia. (Faz uma todos os anos, tem estado sempre tudo bem, obrigada.)
Depois do exame, recebeu de oferta dois batôns da Estée Lauder.
Como gajas que somos, ela não podia esperar para mos mostrar e eu não podia esperar para os experimentar.
Um deles é avermelhado semi-transparente, com brilho.
O outro tem duas cores, castanho e rosa. E ar de plástico. É tão estranho que o deixei para último, no teste da mão.
Tal como eu temia, primeiro não pintava nada, depois começou a largar bocados inteiros de batôn.
(A pachorra que a minha Mãe tem para mim é inacreditável.)
Cheguei a pensar que era de chocolate, a fingir. Mas só sabia a cosméticos.
Pensei que precisava de aquecer, ficar à temperatura ambiente. Não resultou.
Desisti e fui limpar a mão - creme nada, água e sabão muito menos. Esfregar com a toalha só conseguiu deixar-me a mão toda vermelha.
Tenho a mão cheia de pontos castanhos e sim, já foi ontem e ainda parece que tenho queimaduras na mão!
Vou escrever uma reclamação à Estée Lauder.

Educam-se

Bem sei que gostos não se discutem, mas se há coisa que me irrita é discutir sobre (boa) música.
Serei demasiado ecléctica, mas qual é o mal de gostar de vários estilos musicais, desde que sejam bons?
Agora estou aqui consoladinha a ouvir a Cristina Branco ao vivo, coisa que nem sempre acontece, confesso, mas quando apetece é quase uma experiência mística.
Eu sou a favor da liberdade de afectos musicais. Quanto mais gente gostar de música má, menos filas há para os concertos bons.
O problema aqui é que há quem adore o cheiro a terra molhada, por exemplo, e quem nem o possa sentir. (Excepção feita à minha pessoa, que não posso sentir cheiro nenhum.)
Que estranhos são os humanos...

segunda-feira, novembro 03, 2008

Pelos vistos

não sou só eu a encontrar a ironia.

Keko, Kimmo Pohjonen

Kimmo Pohjonen

Tal como o outro, o quimo, este também nos dá a volta ao estômago, mas só porque nos faz querer dançar e saltar e soltar as emoções fortes que provoca.
Voltei a sentir o mesmo fascínio de quando o comecei a ouvir, agora ampliado na Sala Suggia.
Genial.
Reconciliação perfeita com a Casa da Música.
Aproveitei que estava em modo reflectivo e formei uma opinião (formei várias, para além de teorias sobre língua e personalidade, geografia e constituição química - tenho em crer que o azeite faz bem só aos mediterrânicos, bem como a restante dieta, mas isso fica para outro dia, neurologia humana e fisiologia comparada de humanos e restantes animais da Terra)
sobre o direito de se abandonar um espectáculo só porque não se gosta.
Sentou, vai ter de ouvir. Ainda mais a pagar.

A língua define um povo?

Os finlandeses falam uma das mais difíceis línguas do mundo, uma língua que por não ser europeia nos afasta muito mais do que a distância geográfica.
Que o digam os suecos emigrados na Finlândia, que à força de se recusarem a aprender finlandês, obrigaram o país a adoptar o sueco como uma das línguas oficiais, falada por 30% da população.
Nós temos esta língua pesarosa e cheia de sons nasais, como gente chatinha que somos.
Os espanhóis falam a bater nos outros, no melhor estilo de pancada amorosa (e hardcore, por vezes) que já conheci.
Com os ingleses tudo é facilidade, verbalizam os substantivos e a verdade é que não há tradução possível - tão curta e brilhantemente eficaz - para o famoso "Mind the gap" do metro londrino.
Os franceses são complicados - e quezilentos se lhes erramos a língua, cuidado com eles.
A percepção de outro ser humano é quase impossível quando a língua é uma barreira tão grande.
De repente alguém que acabou de pronunciar um nome próprio que nem sequer fez sentido na nossa cabeça fala duas palavras em inglês e humaniza-se perante os nossos olhos, a expressão corporal a fazer sentido.
O ser humano é um bicho muito estranho, quem o teria inventado?

Não seria irónico

se a palavra "cedilha" precisasse de cedilha?
E "acentos" de acentos?

domingo, novembro 02, 2008

a trip to the nederland - director's cut

Eduardo Morais - escrevam este nome. Lembrem-se dele. Lembrem-se, daqui a uns anos quando ele for famoso e talvez o melhor realizador português de todos os tempos, um Eça moderno do fotograma, que eu vos falei dele.
Porque ele vai longe.
Um documentário de 20 minutos sobre uma viagem à Holanda para visitar amigos emigrados por Erasmus ou por trabalho.
Um documentário esplendidamente bem montado, cheio da naturalidade costumeira de um grupo de amigos que se habituou a ter a H8 presente em todos os momentos.
A minha parte preferida? A viagem de comboio em que um deles dormita com a janela em pano de fundo e a paisagem passa como num écran irreal.
Parabéns, Edu!

Do ódio

O ódio, mesmo o moderado, faz-nos esquecer que uma pessoa não presta e damos por nós a tratá-la bem.
Por despeito.
Mas no meio do mau, talvez se possa descobrir que as pessoas não são só o que fazem. E ninguém é completamente mau ou completamente bom.
Não quero tratar ninguém mal (não tenho o direito), mas esqueci-me do desprezo.
O ódio gera egoísmo que gera negação das convicções que gera choque que gera entendimento.
O ódio gera entendimento. E talvez assim desapareça, para não haver mais energia mal gasta.

Quase uma semana

a dieta herbal. O que uma pessoa não faz pela saúde!
Pergunto-me se o meu corpo se ressentirá quando se acabarem as herbas...

Uma pessoa passa

12 horas inteirinhas a divertir-se.
Jantar, magusto, filmaço. Vais ganhar prémios com isso, pá!
Sobremesa, mais castanhas, aguardente verde.
Depois dançar com as amigas.
Uma pessoa passa 12 horas inteirinhas a divertir-se e devia estar cansada.
Qualquer pessoa que faça o que quer que seja durante 12 horas inteirinhas fica cansada, ainda mais quando são 12 horas inteirinhas a divertir-se.
A diversão é uma actividade extenuante, que eu sei.
E sono?

É de mim

ou a nova moça do James Bond parece assim porquinha?

Haiku(m caraças)

Não se fica
Vai-se ficando
Não há click
Há ondas suaves
Fortes

sábado, novembro 01, 2008

Bou-m'a quemer uas

castanhicas, que sou boubica por eilhas.

As mãos dela no meu carro

Ponho-lhe o carro nas mãos sem hesitar. Ponho-me nas mãos dela com o mesmo despojo, segura-me sempre.
Não há, mas devia haver um parentesco entre irmã e prima.
Irmãs não somos, sorte a dela.
Primas também não, porque somos muito mais.
Sem desprimor para os outros primos, que não há nada de que eu goste mais nesta vida do que a relação de primos.
Primo é um nome carinhoso que se dá a alguém muito próximo que não chega a ser irmão, mas só no sangue. A minha Mãe ser a tia deles e a deles ser a minha é assim como dividir os afectos e multiplicar o carinho sem nunca se perder nada.
Ela é prima-irmã. A distância saudável de prima, a confiança absoluta de irmã.
Às vezes a coisa é mais desprezo inevitável de prima e abuso de poder de irmã.
Nos últimos anos, tem pendido mais para a primeira, felizmente.
É engraçado pensar em alguém que eu ajudei tantas vezes a descer as escadas quando ainda andava a aprender, alguém que comia marmelada como se não houvesse amanhã e que apareceu na nossa vida assim como uma irmã mais nova que não era nossa, e vê-la agora mulher, segura e confidente. Conduz o meu carro quando eu não consigo.
Invertemos os papéis. De vez em quando.

Pingarelho

Já o blog tem sub-título com (suposta) piadinha.
Toma lá um cigarro.

Das amigas em 3

Bebe-se um bocado com as amigas (se calhar bebe-se um bocado demais, mas estamos todas inteiras... eu tenho uma dor inexplicável no meio das costas, but I'll live)
e soltam-se as línguas. Não foi ao ponto de ebulição, mas libertaram-se as impurezas.
Bebe-se um bocado com as amigas
e fala-se do que noutra altura teria de ser arrancado a ferros. Sabe sempre bem falar.
Bebe-se um bocado com as amigas
e é bom quando elas falam, todas dentro do círculo.
É mau quando uma delas nos arranha a cara sem querer e ficamos desfiguradas, com direito a retaliação - totalmente a cargo dele.
Depois acaba-se a vomitar na beira da auto-estrada, no meio dos campos.
Um, dois, três.

Olha

já é Novembro!
Passou a ser o meu mês favorito.

Eu se calhar

não estava lá.

Viva Serralves!

Acho que nem vi a exposição, mas a inauguração lá estava, de bar aberto.
O álcool também é cultura?
Antes a vodka com laranja (ou o gin tónico ou o whisky com cola) do que ser pendurado pelas entranhas no tecto do átrio do Museu de Serralves. Right?
(Afinal vi parte da exposição!)

De prestígio

O Tendinha - Joy Division.
Need I say more?

Não há direito

Nem um!

A depilação

é perigosa.