Os finlandeses falam uma das mais difíceis línguas do mundo, uma língua que por não ser europeia nos afasta muito mais do que a distância geográfica.
Que o digam os suecos emigrados na Finlândia, que à força de se recusarem a aprender finlandês, obrigaram o país a adoptar o sueco como uma das línguas oficiais, falada por 30% da população.
Nós temos esta língua pesarosa e cheia de sons nasais, como gente chatinha que somos.
Os espanhóis falam a bater nos outros, no melhor estilo de pancada amorosa (e hardcore, por vezes) que já conheci.
Com os ingleses tudo é facilidade, verbalizam os substantivos e a verdade é que não há tradução possível - tão curta e brilhantemente eficaz - para o famoso "Mind the gap" do metro londrino.
Os franceses são complicados - e quezilentos se lhes erramos a língua, cuidado com eles.
A percepção de outro ser humano é quase impossível quando a língua é uma barreira tão grande.
De repente alguém que acabou de pronunciar um nome próprio que nem sequer fez sentido na nossa cabeça fala duas palavras em inglês e humaniza-se perante os nossos olhos, a expressão corporal a fazer sentido.
O ser humano é um bicho muito estranho, quem o teria inventado?
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