sábado, abril 18, 2015

Quero dormir

Dormir sem sonhar. Dormir só, sem acordar aflita, não tinha luz, não via nada, estava a ser atacada e não conseguia gritar, saía-me uma voz quase inaudível e eu queria gritar e fugir, mas a paralisação era total e eu acordei desesperada, precisava de sair dali, exorcizar, ainda bem que às três da manhã há quem me responda, só o facto de saber que ela estava ali ajudou. 
E depois outro, acordei às cinco da manhã, tão cansada destes terrores, tenho a cabeça em papas e isto já ultrapassa a sublimação das emoções. Já chega. 
Preciso de dormir na minha cama sem medo, só paz e descanso.
Melhores noites virão. 

quarta-feira, abril 15, 2015

Ainda sonho

Duas horas de sono, apenas duas horas de sono, e eis que se ouve a claquete e "Acção", que isto hoje vai ser a abrir. Sonho com casas estranhas que conheço de outros sonhos, um sistema estranhíssimo de acesso em que ou não há chave ou há demasiadas, há sempre gente zangada e eu já não sei se a sensação é de medo dos ladrões que possam entrar (outra recorrência) ou medo dos hóspedes, eles eram hóspedes ou inquilinos?, pelo ar da minha mãe de aqui-mando-eu-e-bico-calado, má como as cobras, zangada e aos gritos, acho que eram hóspedes, que aquilo tresandava tudo a pensão, os hóspedes zangados porque não conseguiam entrar e eu com medo deles.
Vou dizer isto outra vez: os hóspedes zangados porque não conseguiam entrar e eu com medo deles. No meio do castanho todo daquela casa horrível (detesto mesmo o castanho, irra), uma porra de um jogo que está sempre ligado na tomada a carregar, mas carrega o vídeo em si, a caixa de DVD, não sei porque é que este pormenor me salta ao espírito, mas foi uma imagem que vi várias vezes naquelas duas horas, aquilo sempre ligado, mas porquê?, e é aí que entra o meu irmão, completamente alheado de tudo e todos, quero lá saber dos hóspedes/ladrões zangados, a mãe está aos berros? e-eu-com-isso?, e eu só tenho ganas de lhe dar três pares de estalos mas não posso, quando acordo o único adjectivo que me ocorre é "incompetente", mas não tem nada a ver com quem o meu irmão é, mas sim (ai o caraças que isto calhava mesmo bem para me fugir a boca para a verdade mas a bem dizer não posso porque enfim e também porque parece mal e além disso é capaz de se chatear comigo por isso não mas que vontade não me falta isso não) com como o meu irmão está. Já sei que isto é agramatical, mas é um sonho, portanto ao lado da falta de lógica pode vir a falta de gramática, não vem daí mal ao mundo. Também havia cães raivosos, cães castanhos e pretos, num estilo de cão-de-fila açoreano e, ó, já chegavam os cães, tinham de ainda por cima ser açoreanos?, mas se calhar é só porque pareciam pitbulls ou porque os tais são feios, porcos e maus.
E foi isto. Duas horas disto. Sei que acordei a meio tipo vira o disco, Joana Alice, mas não houve volta a dar, literalmente, as cenas repetiam-se com algumas alteracões e extensões, mas era o mesmo sonho.
A fúria sai-me pelos sonhos limpinha, limpinha. Mete-me medo e acorda-me e sei bem que isto é prova do stress das últimas semanas, mas há um lado de mim que adora esta capacidade, resolvo as merdas em sonhos e pronto, vejo-me reflectida neste espelho da verdade, espelho meu, espelho meu, haverá mulher mais dramática do que eu?, arejo as ideias e se calhar fico preparada para enfrentar as coisas. Ou então não...

quinta-feira, abril 02, 2015

(Não canto porque) Sonho




Sonho com água, inundações por todo o lado, e amigas boas e coisas desfeitas pela água, há sempre água, dentro das casas há um tapete de água, e a mãe e chichi, a mãe mal e chalupinha, a sensação de impotência, o pai do sonho é ora mau, ora bom, no fim fica bom e posso ir embora, há água por todo o lado, chove lá fora e, de vez em quando, uma pausa, um alívio, voltam as amigas boas e apesar de ser uma separação, a Marta está lá e é tão bom, as amigas ali à mão de semear como se fosse possível tocar-lhes, vê-las sempre que quero, ligo e tomamos café quando sair do trabalho, tenho tantas saudades delas, cigarros com a Marta, acordo banhada em suor, há água por todo o lado e falta-me uma parte da minha vida porque estou longe e nada é o mesmo, sim, claro que estou melhor aqui, mas falta-me uma perna, um braço, um bocado de um ventrículo, acordo com esta sensação de madeira podre pela água, o castanho mais feio do mundo, só tenho castanho na cabeça e quando trauteio "não canto porque sonho" durante o dia, lembro-me de repente e de um só sopro do sonho, tenho saudades da Marta e das minhas amigas e eu sei bem que a Marta é a representação delas todas, é mentira que as pessoas não são insubstituíveis, sinto tanto a falta delas.