sexta-feira, maio 30, 2008

Qual quê

o primeiro do dia é sempre o primeiro.

No dia 27 de Maio de 2005

houve mais um macaco a juntar-se à blogosfera.
Neste caso, uma macaquinha.
Com interrupções, altos e baixos e, principalmente, com muito pouca coisa que dizer,
estou aqui há três anos.
Quem diria que eu tinha tanta baboseira para debitar?
Parabéns a vocês que me aturam!

Clarividência

Há alturas em que, de tanto pensar, fico clarividente.
Sou obviamente coadjuvada por coisas que agora não vêm ao caso, mas tenho descoberto verdades incríveis e factos impressionantes. (Olha que pode estar aqui bom dinheirinho...)
Tudo produto da minha cabeça, claro.
Da primeira vez que me aconteceu, achei que o meu estado mental não podia ser o melhor, não liguei.
Mas da segunda vez fiquei intrigada e agora acho mesmo que qualquer dia,
estou eu muito bem a pensar, a pensar, a pensar,
e sai-me a cura para o cancro.
Ou sida...

quinta-feira, maio 29, 2008

À terceira vez

foi quase como se não tivesse ido.
Vim de Lisboa e quando cheguei estava tudo feito. Havia muitas ajudantes, felizmente.
Nem sequer pus o avental, lavei alguma louça, pus a mesa, jantei.
Depois fui pôr a carrinha a trabalhar e deu-se o desastre: sem bateria.
Debaixo de chuva torrencial empurrámos a carrinha, que derrapava no paralelo de uma maneira assustadora.
Foi o tumulto.
A cozinheira considerou nem sequer ir ao concerto, para o qual me tinha guardado um bilhete. Já não se fazem filhas assim...
A carrinha pegou já na Ribeira e fomos. Para o concerto, com a demora nem sequer deu para irmos com elas a S. Bento.
Tive pena, não fui levar um prato de comida quente a ninguém, nem mesmo ao Sr. Fernando.
Trouxe um saco de camisolas de inverno que deixei com elas, espero que dê jeito a alguém.
No fim da noite, recebo por engano uma mensagem no telemóvel. (Aqui não há acasos.)
Fico a saber que não conseguiram dar a comida toda, foram a todos os sítios, incluindo o Aleixo.
Só podia, quando eu não estava, vão ao Aleixo.
À quarta é de vez? Esperemos que sim.

Ah e tal,

não quero estragar um concerto a ninguém, mas
Cat Power rules!
e nunca vi acabar um concerto assim,
com as luzes do Coliseu acesas
toda a gente de pé
e a Chan
no meio da plateia
equilibrada em cima de uma cadeira
a cantar
e a dar beijos a fãs mais destemidos.
Wow!

terça-feira, maio 27, 2008

Lisboa-Caparica

A ponte treme, sinto o carro parado na fila a abanar.
Podia meter medo, mas é bom.

Quantas vezes seguidas

ouves a mesma música no carro?

A reason to stay

A Lack of Color

And when I see you
I really see you upside down
But my brain knows better
It picks you up and turns you around
Turns you around, turns you around
If you feel discouraged
That there's a lack of color here
Please don't worry lover
It's really bursting at the seams
For absorbing everything
The spectrum's a to z
This is fact not fiction
For the first time in years
all the girls in every girlie magazine
Can't make me feel any less alone
I'm reaching for the phone
To call at 7:03 [and] on your machine I slur a plea for you to come home
But i know it's too late
I should have given you a reason to stay
Given you a reason to stay
This is fact not fiction
For the first time in years

"Transatlanticism", Death Cab for Cutie

segunda-feira, maio 26, 2008

Para não me esquecer

Tarde de Domingo, a melhor das companhias, filmes de domingo à tarde na televisão, comida - se bem que a fome não abundava, estranhamente - e chá. Muito chá.
Chá preto, chá de ervas, chá de árvore do papel.
O belo jantar,
o filme completamente aeropítico (e a melhor da noite, "Pronto, vão matar a mãe!"),
o outro filme completamente louco e bom,
e ainda o outro filme completamente deprimente, cortesia da RTP1.
Não fiquei deprimida. Levantei-me do sofá, arrumei a sala (desculpa não ter posto a louça na máquina) e fui para casa.

Descobri

a solução: com o hábito.

sábado, maio 24, 2008

Maratona

Sete copos de meio litro dá 3,5L de água.
Talvez tenham sido mais, perdi-lhes a conta...
Mijo accordingly.
Faço um bolo em 23 minutos, costuma demorar 40. Está no forno.
Tanta água, mesmo depois de almoçar, deixa-me aérea.
Uma pêra e uma banana, naquela do equilíbrio saudável.
Agora vou a correr pôr a cobertura no bolo
e a correr para o restaurante.
Nota mental: dias de ressaca não são bons dias para tomar decisões de vida.

O ex-dela sobre mim*

"Há anos que não sabia nada dela, mas parece estar bem no novo emprego. Nunca a imaginei num lugar daqueles (todo high tech), sempre pensei que ela ia se envolver numa ONG qualquer e andar a saltar da América do Sul para África a defender causas nobres (até descobrir que estava a ser manipulada - esta é a minha costela fascista a falar)."
Ou
se o valor que nos atribuem parece ser maior do que o que nos reconhecemos,
não temos outra solução senão aceitar e rise to the occasion.
Não é seguir o caminho que os outros querem para nós,
é ter finalmente a coragem de seguir o nosso próprio caminho,
o que afinal sempre esteve ali.

*de quem eu também gostava muito

Ontem no Jardim da Arca d'Água

vou levar a filha à faculdade (é para estas coisas que servem as Mães)
e no semáforo está uma ambulância... de quem?...
do INEM!, pois claro,
sirenes ligadas, em contra-mão,
felizmente parada.
Tremo. Percebo que o trauma ainda cá está, fresquinho, agora ando com este medo estúpido de bater em tudo o que é amarelo e azul e tem sirenes, uón uón uón, mas que parvoíce, parece que tenho algum íman e aí, aí percebo.
Percebo a obsessão com o Bombeiro de Mafamude,
percebo a adrenalina quando via uma ambulância em marcha-de-urgência,
percebo a minha fixação.
Olá, o meu nome é Joana e tenho uma fixação no INEM.

Não digo que é a pior

porque ainda me lembro bem da sensação daquele Domingo em que a família ia almoçar a Viana e eu ainda estava presa na noite anterior, no século anterior, for that matter, não havia água que chegasse, a água aliás sabia mal, banhos de imersão para beber umas goladas estavam fora de questão, Vamos embora, levanta-te, três horas de sono, eu sei lá se dormi, mas acho que sim, e lá me arranquei da cama e chegámos a Viana e o restaurante estava cheio, esperámos horas e horas e a sede a matar-me, as garrafas de água não eram de litro e meio não sei porquê, davam-me uma e era como dar-me uma gota no deserto, tenho sede, não sei quantas bebi, mas devem ter sido muitas, os manos num café ali da rua, eu só queria dormir, queria lá saber do bacalhau, era bom sim, dos melhores que já comi, mas naquela altura eu queria beber 30L de água e dormir durante dois dias.
Não me lembro se tinha dor de cabeça e embora o mais provável seja isso, não sei se se compara
à que me acordou hoje.

Já não me lembro

da última vez que estive assim...
E quê, isto agora está azul?? Que foleiro!
Traçadinhos rule, that's what I say!

sexta-feira, maio 23, 2008

Mais do que publicar um comentário

inem deixou um novo comentário na sua mensagem "Não sabia":

Exmo. autor,

porque o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) entende que os cidadãos devem conhecer o funcionamento da emergência médica em Portugal, informamos que dispõe o INEM de vários meios de socorro – Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação, Ambulâncias, Helicópteros e outros – que são accionados de acordo com a gravidade da situação e com a disponibilidade verificada no momento.

Estes meios não são, contudo, ilimitados. Assim sendo, há que geri-los criteriosamente, sendo dada prioridade às situações que se afigurem de maior gravidade, de modo a salvar uma vida ou a minimizar as sequelas daí resultantes.

Os helicópteros de emergência médica do INEM são utilizados no transporte de doentes graves entre unidades de saúde ou entre o local da ocorrência e a unidade de saúde. Estão equipados com material de Suporte Avançado de Vida, sendo a tripulação composta por um médico, um enfermeiro e dois pilotos. O INEM dispõe actualmente de dois helicópteros próprios, localizados no aeródromo de Tires, em Lisboa, e no Hospital Pedro Hispano, no Porto. O INEM assegura também a equipa médica do helicóptero do Serviço Nacional de Bombeiros situado em Santa Comba Dão, o qual funciona no período nocturno. Sempre que necessário pode recorrer também à utilização dos helicópteros da Força Aérea Portuguesa.

As Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) são veículos de intervenção pré-hospitalar, concebidos para o transporte rápido de uma equipa médica directamente ao local onde se encontra o doente. Com uma equipa constituída por um médico e um enfermeiro, dispõe de equipamento de Suporte Avançado de Vida. Actuando na dependência directa dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), as VMER têm base hospitalar, tendo como objectivo a estabilização pré-hospitalar e o acompanhamento médico durante o transporte de vítimas de acidente ou doença súbita em situações de emergência. Ao hospital cabe, sobretudo, assegurar os recursos humanos necessários (aos quais o INEM dá a formação específica) para o funcionamento da viatura 24 horas por dia. Ou seja, são os hospitais que asseguram a contratação dos médicos e enfermeiros para prestarem serviço nas VMER.

As ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) são ambulâncias destinadas a garantir cuidados de saúde diferenciados, designadamente manobras de reanimação, até estar disponível uma equipa de Suporte Avançado de Vida. Este conceito é extensível às situações que poderão evoluir para paragem cárdio-respiratória, caso não sejam imediatamente tomadas as medidas necessárias. A sua tripulação é constituída por um enfermeiro e por um Técnico de Ambulância de Emergência (TAE). Este meio operacional do INEM visa melhorar os cuidados prestados em ambiente pré-hospitalar à população, missão do INEM de acordo com a sua lei orgânica enquanto coordenador do Sistema Integrado de Emergência Médica. Estas ambulâncias significam um upgrade relativamente aos cuidados prestados pelas ambulâncias de socorro.

As ambulâncias de Suporte Básico de Vida (SBV) do INEM são ambulâncias de socorro, destinadas à estabilização e transporte de doentes que necessitem de assistência durante o transporte, cuja tripulação e equipamento permitem a aplicação de medidas de Suporte Básico de Vida. As ambulâncias INEM estão localizadas no próprio Instituto e em corpos de bombeiros. Estão igualmente inseridos no Sistema Integrado de Emergência Médica, Postos Reserva, sediados também em corpos de bombeiros e núcleos da Cruz Vermelha Portuguesa.

A moto de emergência tem como principal razão da sua existência a agilidade da moto no trânsito citadino, permitindo a chegada rápida de um meio de socorro junto de quem dele necessita. Sendo esta a principal vantagem em relação a outros meios de socorro, o veículo é capaz de transportar material de Suporte Básico de Vida, permitindo ao tripulante a adopção de medidas iniciais, estabilizando a vítima até que estejam reunidas as condições para um eventual transporte. Em alguns casos, a intervenção deste tripulante poderá ser a única necessária, dispensando-se a presença de uma ambulância de emergência.

Encontramo-nos à disposição para esclarecimentos adicionais.

Melhores cumprimentos,

Ana F. S. Ros
Gabinete de Comunicação e Imagem
Instituto Nacional de Emergência Médica
Rua Almirante Barroso, 36 / 1000-013 Lisboa – Portugal
Tel. + 351 213 508 108 / Fax. + 351 213 508 183
e-mail: ana.ros@inem.pt
Internet: www.inem.pt

Ontem

Bolo de chocolate (os restos), caril de legumes, crepes de chocolate com gelado de baunilha.
Dois filmes, que eu consegui ver do princípio ao fim, não sei como, não me perguntem, acho que só fechei os olhos por breves instantes no segundo, mas vi tudo.
A companheira de noitada já não pode dizer o mesmo.
O único problema foi que o Friends estava hilariante, o coiso novo da RTP1 estava hilariante, os anúncios eram de partir a rir, o filme sobre o homem que vai morrer era genialmente divertido, o filme a seguir deixou-me sempre à espera que alguém morresse, e depois o filme da RTP1 era muito mais profundo do que poderia parecer à primeira vista, for the untrained eye.
Só vos digo, que beleza.

Quem, ontem à noite,

olhasse para o meu tabaco,
diria que na quarta fui à distribuição de cigarros
e não de comida.
Mas não, nós não damos cigarros (nem dinheiro), só comida.
Faço as contas mentalmente, quantos para o poço fundo, quantos para o crava-mor, não podem ter sido assim tantos, não interessa, deixo as contas, o problema aqui não são os que dei,
são os que não dei.
No dia seguinte fumo quê, três, quatro? Cinco, no máximo.
Lei da compensação, digo eu.

quinta-feira, maio 22, 2008

Preto

Já não há nada cor-de-rosa aqui.

Encontrei o conterrâneo e tive de o trazer,

Coimbra, 1 de Fevereiro
A gente não endoudece de desespero. Há um tal poder de recuperação dentro de nós, que cada trovoada que vem encontra o corpo já esquecido da que passou. Ou então, se padecemos duma tristeza endémica, estamos vacinados contra as crises agudas da doença. A natureza organiza estas coisas bem. Já contando com as nortadas do mar largo, deu ao pinheiro uma fibra tão obstinada que ele torce-se nas dunas, nodoso e corcunda, mas não quebra nem morre.

Miguel Torga, in Diário V, Coimbra


abri-o na página 73 ao acaso e li isto,
aqui não há acasos.

Ontem voltei lá

Consulta de rotina.
Dentro do carro, estacionado ao lado da cafetaria, recordei os dias todos que lá passei.
Os maus, os difíceis, os dias cheios de raiva por nós, os dias sem paciência para tudo aquilo,
mas principalmente,
recordei os dias bons.
Os dias calmos, só nós os quatro, pequeno-almoço a meio da manhã na outra cafetaria, a calma à nossa volta, o hábito já exercitado, falávamos mas também ficávamos em silêncio, era confortável.
Recordei as coisas boas enquanto observava as pessoas na sala de espera, o que faz aqui uma grávida?, e esta senhora com uma bebé, depressão pós-parto?, doença crónica?, aquele rapaz ali tão novo tem um ar tão intrigante, lá estou eu a querer salvar o mundo, só me dá para os desgraçadinhos,
lembrei-me das coisas boas
por saber
que desta vez
não íamos passear nos jardins.

Segunda vez

À segunda vez é mais fácil, já sabemos os rituais (embora ainda me esqueça que não se pode comer na cozinha), lembramo-nos do lugar das coisas, sabemos a sequência da comida, reconhecemos algumas das pessoas nos sítios onde vamos.
Foi um quase tête-à-tête com a filha cozinheira/etc., as duas sozinhas na cozinha, ela até descascou alguns dos kiwis para o sumo, tarefa menor para uma cozinheira-chefe.
Fiz um bolo de chocolate para os cozinheiros e decorei-o com morangos, estas mãozinhas de ouro já não são o que eram e por isso o bolo tinha uma depressão no meio, disfarçada com um morango inteiro. (Até os bolos têm depressões, livra!)
Depois foram chegando mais ajudantes, todos necessários, nem que fosse para brincar com o miúdo.
Jantámos os cinco (desta vez éramos menos) com os dois miúdos, convencemos o único homem da mesa a vir connosco, conduzi eu a carrinha. (Felizmente não vimos nenhuma ambulância do INEM, senão não tinha respondido por mim.)
Pelo meio, poço fundo. Despejei os dilemas e as angústias, ela ouviu-me como sempre, fumámos cigarros e depois trocámos, ela disse-me o que achava, eu fiquei (um bocadinho) mais aliviada.
Para não ser só umbigo, também falámos das missões das Nações Unidas, S. Tomé e Princípe e Guiné-Bissau. Ou Brasil, ainda não sei.
Desta vez havia muita gente à nossa espera em S. Bento, não chovia e eu ocupei-me da roupa com a outra homónima, ocupação rápida e sem trabalho, a roupa desapareceu em menos de nada. Muita dela irá parar à Vandoma, mas que se há-de fazer?
Fui levar um prato a um senhor adormecido com a recomendação de não o acordar - os sem-abrigo também têm direito a ter maus-acordares, ora.
Depois perguntei pelo senhor dos iogurtes, S. Fernando, disseram-me, levei-lhe um prato de comida como da outra vez e a homónima nº 2 levou o sumo.
Boa noite, quer comer? Destapa-se e sorri-nos, agradece muito, Deus vos abençoe, deseja uma boa noite e a homónima mais inocente que conheço volta toda contente com a simpatia dele.
Ainda com imensa comida, eu esperançosa no Aleixo, metemos tudo outra vez na carrinha e mesmo quando íamos partir, eu até tinha conseguido pôr o cinto, mais uma pessoa para comer.
Sai tudo da carrinha, abre as panelas, serve a comida, copo de sumo, arruma tudo outra vez, entra tudo na carrinha, liga a chave, dá a volta, hop, lá vamos nós para o Carregal.
No Carregal já só com meias de homem pedidas na semana passada, damos a comida toda, vejo a senhora que estava nessa tarde na consulta do Magalhães Lemos, não será sem-abrigo, mas não tem o que comer.
O último prato servido e aparece mais uma pessoa, Ainda tem comida?, o não a doer no coração, Já se acabou.
Isto custa sempre muito.
Desta vez foi tudo muito rápido, acabámos cedo, voltámos e fui estacionar a carrinha, mais dois dedos com ela, o D. já atacado de ciumeira, Que é isso, a apalpar as amigas?, Ai, se tu soubesses, ainda tu não existias e já nós éramos assim, seremos sempre, sempre, para sempre.
E nada de Aleixo!

quarta-feira, maio 21, 2008

Ontem

Romanticóide q.b., mas cómico, ou não fosse inglês.
Falámos no cinema e eu não me importei, eu, a devota do silêncio perante a 7ª arte.
Things are a'changing, that's all I can say.
Depois apanhámos uns tunnings na Circunvalação e eu cometi o erro de lhes achar piada.
Resultado: seguiram-nos até à Areosa, onde deixei a filha cozinheira/agente de entretenimento e viagens/companheira de copos e jantares às 3h da manhã/e amiga maior.
As noites de cinema têm sempre qualquer coisa.

terça-feira, maio 20, 2008

Poema

I want to be forgotten
And I don't want to be reminded

When the wind turns on the shore
I cannot ask for more

E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz

I need you so much closer

Panóplia, s. f.,

toda uma variedade de coisas, paleta,
in Dicionário da Joana

in Dicionário da Língua Portuguesa Online:
do Gr. panoplía < pán, todo + óplon, equipamento militar
armadura completa de um cavaleiro da Idade Média;
escudo em que se colocam as armas, artisticamente dispostas, para adorno das paredes;
casa de armas;
troféu.

Ou como as desilusões podem vir até de um dicionário.

Não sabia

que o INEM tinha motas.
Toda uma panóplia de veículos em que posso bater, estou abismada com a variedade!
Watch out, INEM, I'm here, I'm driving and I'm dangerous.

segunda-feira, maio 19, 2008

Como se quantifica

o amor que os outros sentem por nós?
Será que se quantifica?
Mas sente-se, existe. Mostra-se em acções, em vontades. Não é preciso dizê-lo.
E será que compensa o amor que não temos de outras pessoas, de outros lados?
Espero que sim.

Pedaços

A carne em cima da mesa pronta para ir para a grelha.
Fazer as saladas, alface e tomate.
A tarte de morangos no frigorífico, desenformar (mal) o peixe de gelatina.
O jantar sempre a rir, contar o meu encontro imediato com a ambulância do INEM e chorar a rir, os primos à minha volta, sempre a dar troco.
Fumar à janela do quarto do meu tio com a mulher dele, a vista da Serra Alta e os campos até ela a encher-me os olhos.
As rosas pingadas da chuva no jardim da minha madrinha, a cor mais profunda que já vi, as pétalas imensas a amontoarem-se.
A despedida sempre igual, marcha-atrás no carro, a prima (desta vez só estava a prima) a dizer adeus enquanto arrancamos e desaparecemos de vista.
Guardo as cores e os sons e as vistas dentro de mim, de reserva. Até voltar.

O Reino Maravilhoso

Quando estou muito tempo sem lá ir esqueço-me do que é, do que sinto, do que me faz.
Depois a necessidade de voltar surge, cresce, sufoca-me e vou.
Às vezes ainda duvido, tantos quilómetros, só dois dias ou três ou os que forem.
Se fosse só por um dia já valia a pena, eu sei.
Vou.
Ao chegar a Mirandela, seja pela proximidade ou pelo nascimento, já me sinto quase quase em casa.
A terapia é dinâmica, parece que quanto mais lixo levo, quantos mais pensamentos errados e problemas que no fundo não existem, mais verdes são as árvores, mais fantásticas parecem as montanhas, mais bíblicos são os pôres-do-sol.
Ponho tudo num buraco fundo e espero que desapareça com o vento.
Chego e está tudo igual, o pouco que mudou é normalmente para melhor. É bom, reconheço-me sempre quando chego.
Não sei se é da comida, do ar, da família à minha volta, dos rituais repetidos ou de alguma força cósmica que me equilibra quando estou no meu centro, nas origens, mas volto de lá arejada, curada.
De cada vez que vou, prometo voltar por mais tempo.
Fiquei a dever um test-drive, um bolo de chocolate e mais um cigarro à janela com a melhor vista do mundo.

Trance progressivo em Vila d'Ala

(festa de S. Bernardino)
O som ecoava na igreja.
No meu tempo não havia nada disto,
ainda bem que as coisas mudam.

domingo, maio 18, 2008

Mete-te no carro

Arranca.
A4, IP4. Passa Vila Real, segue até Mirandela - estação de serviço.
Pára, toma café.
Aqui, sem saberes, já estás dentro do Reino, mas ainda não vês.
Volta a entrar no carro.
Ao Km 150 vês o Reino. O ar é diferente, a luz é mais forte, as cores mais intensas.
As montanhas alinham-se à tua frente, mostram-se, estão ali para que as vejas.
Ao Km 150 já cheira a Trás-os-Montes, vais ver.
Ao Km 150 descobre o centro do mundo, a origem de tudo.
Mete-te no carro e quando chegares ao Km 150 descobres o teu elemento.

sábado, maio 17, 2008

Agora eu era o herói e vivia dentro deste poema

"João e Maria" (letra de Chico Buarque, música de mestre Sivuca)

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock
Para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim

Lições

Cachaça de reserva não serve para caipirinhas, mais valia termos feito margaritas de melancia.
Valeu pela terapia de esmagar o gelo. E pela descoberta dos tesouros da garrafeira cá de casa, que não perdem pela demora.

sexta-feira, maio 16, 2008

Cheira-me

que isto hoje vai de Caipirinhas.
Haja Tequila, que a Cachaça não chega.
Já dizia a Mariquinhas...

Completamente a despropósito


Estocolmo
Saudades.

Serviço Público

Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado
É pena o site funcionar bastante mal, mas pode ser que alguém se voluntarie para o melhorar. Também é ajudar.
Mais:
Portal da Juventude
Cruz Vermelha Portuguesa
Bolsa do Voluntariado
Voluntariado no Porto
Voluntariado em Lisboa
Food for Life (a associação da distribuição de comida a que me juntei na quarta à noite)

No Domingo que passou


Só a meio do filme percebi o nome, silly me.
O mais hilariante de tudo foi a sms do meu companheiro de cinema, mas não posso contar aqui.
Reclamação: ao Domingo à noite não há nada aberto ao pé do King onde se possa ir beber um copo? Estávamos com vontade, lá terá de ficar para o próximo convite duplo.

Por estas e por outras

e ainda por mais umas coisas que agora não vêm ao caso
e uns acasos que agora não coiso
a Canela vai-que-não-vai
qualquer dia fica pau.
Aos bocadinhos.

quinta-feira, maio 15, 2008

Atrás dos olhos

Atrás dos olhos, as lágrimas.
Atrás dos olhos, a fome deles, a comida feita em conjunto, servida em linha de montagem personalizada, a satisfação de fazer alguma coisa pelos outros.
Quando cheguei o recheio dos crepes estava feito, a massa para os ditos ia começar a ser cozinhada.
Descarregámos a carrinha cheia de comida do Banco Alimentar, arrumámos tudo num sofisticado sistema de first in, first out em que o esparguete começou a cair quando abrimos a porta, mas logo se compôs. Até suámos.
O trio das Joanas atacou depois o sumo de pêssego. Descascar um caixote de pêssegos, provar um, tirar os caroços, juntar água e depois passar tudo com a varinha mágica industrial do restaurante.
Para acompanhar os crepes de legumes, arroz e salada de tomate. O sumo como bebida. Pão quentinho saído do forno.
Quando a comida estava pronta, jantámos todos na mesma mesa, comemos o que fizémos em conjunto para os outros, em comunidade. Comida na carrinha e partimos.
S. Bento, os habituais e mais alguns. Carrinha da comida e carrinha da feira, roupa, sapatos, não há muitas meias e collants nem vê-los.
Os tapetes servem para aquecer os pés.
Atrás dos olhos, a vontade de chorar ao ver a fome. Pensar se aquela terá sido a única comida do dia. E nos outros dias? Outras associações, explicam-me.
Atrás dos olhos, as lágrimas de tristeza e de alegria, todas misturadas, pensar só nos outros e com isso conseguir o melhor para nós, esquecer, parar a cabeça por momentos porque enquanto se descascam pêssegos só se pensa em acabar, ver o fundo do caixote, refilar com o sumo que me pica a pele só porque o trabalho com piadas sarcásticas se faz muito melhor.
Depois de S. Bento ainda o jardim do Carregal, já havia pouca comida e por isso quando chegámos a Júlio Dinis só tínhamos pão e roupa.
Para a semana prometeram-me o Aleixo, faremos mais comida.
Atrás dos olhos, na cabeça e no coração, Amor.
Volto lá.

quarta-feira, maio 14, 2008

I'm not there

quando perguntarem por mim, não haverá resposta
quando me ligarem, não vou atender
quando baterem à minha porta, não estarei lá
quando me procurarem pelas ruas e cafés e estradas e cidades, não me encontrarão
já fui, talvez nunca mais volte.

Ontem


Mulheres lindíssimas, cheias de personalidade, caracóis e narizes nada modestos. Decidi aprender Dança do Ventre, pôr esta barriguinha a bom uso.
Ainda do filme, deixou-me com desejos de cozinhar e comer Couscous, se ao menos o soubesse fazer tão bom como o da Souad.
Depois saí com amigos e esqueci-me das razões para umas coisas, mas lembrei-me dos motivos para outras, todas importantes. Assim fosse o mundo.

terça-feira, maio 13, 2008

No Gmail, à conversa com a Mana mais velha

Ela conta-me sobre o writer's block que a assola em fecho de edição. Cada letra espremida, cada palavra arrancada sabe-se lá de onde.
"eh assim como se fosses o Iron man e tivesses deixado a armadura em casa
tens na mesma que dar porrada no vilao, mas jah sabes que vais levar na tromba"

Ahahahahahahah!

segunda-feira, maio 12, 2008

Um filme por uma cena

Ela no meio da estrada e ele a guinar para não lhe passar por cima, o desastre espectacular depois.
And it was all worth it!

domingo, maio 11, 2008

Hummm

In a world of beautiful women and money, nice living and luxury hotels,
what is it really all worth
if you can't trust or allow yourself to feel?
It's just a movie, I know.

Best Bond ever

Sean Connery
'Till there was...
Daniel Craig

sábado, maio 10, 2008

Pelos vistos,

tenho mais qualquer coisa a dizer.
Minha querida, não se ofenda tanto pelo que diz uma pessoa que nem a conhece.
Tenho a certeza absoluta de que a Ana Sofia é uma pessoa de muito valor, que muito tem lutado pelas suas convicções e pela obtenção de uma vida mais saudável e de um peso que lhe agrade mais. More power to you!
Agora dê-se por contente por eu não mostrar aqui o seu blog, ou os seus comentários sem lógica aparente ou mesmo os erros crassos que dá de cada vez que me escreve.
Não se enerve, que isso só dá fome.
Vá lá à sua vida.

Recado

Ó Ana Sofia, volte lá para as suas dietas e não me chateie.
O blog é meu, escrevo o que eu quiser e publico os comentários que eu quiser.
Não é censura, é democracia. Vá ver no dicionário.
Tenho dito.

sexta-feira, maio 09, 2008

Pronto, meus caros,

já sei que o post das tardes da Júlia está a suscitar muita comoção, mas não percebo porquê, sinceramente. É só a minha singela opinião, num blog que quase ninguém lê (apesar de há dias o ter encontrado em vários sites, mas isso não vem agora ao caso), depois de ter visto 2 segundos do raio do programa sem sequer ter o som ligado.
Vá, vão para dentro e não se incomodem.

quinta-feira, maio 08, 2008

Parece

que tenho um leitor que me odeia. Anónimo, claro, que esta gente tem tudo menos coragem e vergonha na cara.
Só não percebo uma coisa: se não gosta do que lê, porque é que continua a vir aqui?

quarta-feira, maio 07, 2008

O que faz

a Mira Sorvino num filme policial de segunda?
Daqueles com russos e redes completamente perversas que parecem querer ter o monopólio de tudo o que é ilegal, sujo e nojento, incluindo a exploração humana e a pedofilia, mas com muito maus actores.
A vida está difícil até em Hollywood.

terça-feira, maio 06, 2008

Push-up

Um colega (muito mais velho) vê-me a sair da empresa dela (já me tinha visto há dias num domingo) e diz-lhe
"então a tua amiga divorciada boa como o milho aparece aí e tu não me chamaste?"

6 meses

Há mais ou menos 6 meses atrás, eu tinha muito sono e dormia assim que chegava à cama, deitava-me muito cedo.
Depois acordava todas as noites às cinco menos um quarto, 5 - 1/4, sempre, sempre, não importava a que horas me deitava.
Às vezes chorava, outras ficava só a pensar. Às vezes chorava logo ao acordar, ou acordava a chorar, não conseguia distinguir. Outras vezes ficava a pensar e o choro chegava depois, forte, abalador, deixava-me exausta. Outras vezes ficava só a pensar e voltava ao sono sem chorar.
Acordei na Ericeira, mesmo depois da massagem de relaxamento que salvou a minha sanidade mental, eram cinco menos um quarto e eu abri a janela do meu quarto de casal ocupado só por mim no quinto andar e senti o frio da noite e tirei fotografias ao mar nocturno, lindo e escuro.
Acordei no Luxemburgo e não chorei, sentei-me na cama e pensei.
Também chorava durante o dia, normalmente no carro, principalmente ao chegar a casa. Bastavam pequenos triggers, uma imagem, o carro dele estacionado, o telefone a tocar.
Pensei que não era possível conduzir a chorar mas lá ia eu, rotunda, túnel, semáforos, saída, ruas, ruas, entrada, estacionamento, desliga o carro.
Há mais ou menos 6 meses atrás eu chorava no trabalho e tentava esconder sem muito sucesso.
Chegava de manhã com ar de texugo, os olhos inchados, o sono mal dormido a cansar-me.
Há mais ou menos 6 meses atrás não podia enfiar-me num quarto e chorar até não ter mais lágrimas, chorar dias a fio, por isso, há mais ou menos 6 meses atrás, fui chorando aos bocados.

...

Há dias estava num café (a discutir com um amigo, quer dizer, não é bem um amigo ou já foi e se calhar não volta a ser, uma daquelas pessoas que se desse para esquecer as confusões todas era de certeza o meu melhor amigo homem, não tenho dúvidas quanto a isso, estava a discutir e nem sequer falei, não disse uma única palavra a não ser nada quando ele me perguntou se eu não ia dizer nada e continuei furiosa e a fumar e é aqui que chego ao que quero dizer) a fumar e apercebi-me que estava a deitar o fumo pelo nariz
e desde esse dia não consigo não deitar o fumo pelo nariz.
Como é que se pára isto? (e como é que se segue em frente sem deixar nada para trás?)

segunda-feira, maio 05, 2008

TVI, Tardes da Júlia

Mero zapping gone wrong.
Tema: O meu pior pesadelo é engordar.
Para falar deste dilema diário, em que a pessoa se pesa de manhã e à noite,
uma gorda.
Acho que alguém lhe devia dizer que pior não fica. Ou nightmare come true.

Forgive and forget

Perdoar até percebo, mas esquecer?
Esquecer como, esquecer porquê?
Esquecer o que nos fizeram não é perder a oportunidade de aprender, ainda que com os erros dos outros? E com os nossos, os que cometemos e que permitiram que nos tratassem assim.
Se não se esquece, talvez não se perdoe nunca, não se perdoa realmente.
Se calhar não é suposto perdoar certas coisas.
Para já, não esquecer.
O resto logo se vê, 'will play it by ear.

domingo, maio 04, 2008

Fotografia mental

Não tenho boa memória fotográfica.
Como é que se guardam momentos?
A música certa, a luz no quarto, a sensação de calma feliz.
Ainda não tenho tudo o que quero, lá chegaremos.

sábado, maio 03, 2008

Cinco

Um a um.
Como é que não engordam?

sexta-feira, maio 02, 2008

Quatro

Três a dois e um a três.
Já não vejo.
Quem faz disto vida, como é que consegue? Eu não.

quinta-feira, maio 01, 2008

One Art

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

--Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

Elizabeth Bishop

Limão, Sal, Tequila,

Estômago e Ala para a frente, que a vida é sempre a aprend(o)er.

o que foi feito de Paris?

o que lhe fiz?
onde ficaram as pernas finas e lisas, morenas non troppo?
para onde foi o meu francês e os sonhos e a vida tão diferente que eu ia ter?
quero voltar lá. não atrás, ou atrás apenas para recuperar o traço.
quero voltar ao que virei a ser.