Eu estreei-me nestas coisas de conhecer pessoas através deste mundo imenso que é a internet em 1998 (estou velha).
Para o mundo dos blogs entrei tarde e, pelos vistos, com pior memória, porque já nem sei se foi há um ou dois anos que comecei a debitar baboseiras próprias.
Conhecer pessoalmente alguém com quem falamos ou, agora com os blogs, alguém que lemos quase todos os dias é muito estranho. Para mim ainda mais, provavelmente, porque nunca faço uma ideia muita acertada da pessoa em termos físicos e relacionar o real com o imaginado foi-me sempre difícil.
Da mesma maneira, e isto tem ramificações por vezes desastrosas, nunca acerto na "primeira impressão" e não são raras as vezes que venho a gostar de pessoas de quem não gostei à primeira vista. Essas são as surpresas boas. As más são quando alguém demonstra ser totalmente o contrário do que eu pensei originalmente. Hoje em dia, felizmente, já acontece pouco ou com menor importância. (É da idade.)
Dentro de toda esta parafernália de sentimentos e protocolos, há várias atitudes quando se trata de estreitar relações que começaram com um computador pelo meio. A que mais me surpreende positivamente é, sem dúvida, a oferta espontânea e genuína que vem do outro lado.
A atitude de quem não joga joguinhos e que, quando quer realmente conhecer-nos, nos convida e oferece contactos e diz "Liga mesmo!". A mesma atitude que me faz ter pelo menos dois encontros marcados mentalmente para os fins-de-semana de ida "à terra". (Se bem que a minha terra é mesmo terra, mas é só uma expressão.)
É claro que cada um tem os seus gostos e personalidades, bem como os seus medos e comportamentos sociais, mas a atitude oposta, a tal dos joguinhos, aparece-me como um contraste tão gritante que faz doer. É como digo, os erros de percepção de personalidades são para mim uma certeza que, apesar de menos frequente, ainda hoje acontece de vez em quando.
Felizmente, as surpresas boas continuam a ser mais que as más e o saldo, no fim de tudo, é positivo. Continuo em jogo, portanto.