O Zé Pedra era o meu peixinho vermelho, que por acaso era cor-de-laranja. Foi o primeiro peixe que comprei, juntamente com o aquário redondo, de vidro fino. (Tão fino que, meses depois, teve de ser substituído porque me ficou um bocado na mão ao lavá-lo.)
O Zé Pedra teve em tempos um companheiro, o Gorbachev (por causa de uma mancha na cabeça, pobre bicho), mas ou foi do nome, ou foi dos (maus) tratos, o certo é que morreu passados uns meses. (Não me lembro se chorei quando soube, acho que não, mas o nojo do bicho "guardado" durante quase uma semana pela empregada lá de casa para eu ver quando voltasse da aldeia sobrepôs-se a tudo.)
O Zé Pedra aguentou esquecimentos de mudança de água, férias em que ficou na empresa do meu Pai, tentativas de afogamento cometidas por pessoa alheia de índole fraterna e quase-idas-pelo-cano-abaixo-a-ver-se-gostas sem fim.
Uma vez, ao chegar a Trás-os-Montes, quando o passei do aquário de viagem para o de vidro, notei que a água saía da torneira muito castanha. Escandalizada com a impureza de tal meio, decidi ir buscar água limpa, de beber, da nossa. O problema é que essa água estava na rua e era Inverno. Quase parei o coração ao bicho, com a água gelada.
O Zé Pedra, apesar de tudo, viveu pelo menos três anos. Uma eternidade, portanto.
Agora já lá tem o Óscar para lhe fazer companhia, no céu dos peixes.
O Zé Pedra teve em tempos um companheiro, o Gorbachev (por causa de uma mancha na cabeça, pobre bicho), mas ou foi do nome, ou foi dos (maus) tratos, o certo é que morreu passados uns meses. (Não me lembro se chorei quando soube, acho que não, mas o nojo do bicho "guardado" durante quase uma semana pela empregada lá de casa para eu ver quando voltasse da aldeia sobrepôs-se a tudo.)
O Zé Pedra aguentou esquecimentos de mudança de água, férias em que ficou na empresa do meu Pai, tentativas de afogamento cometidas por pessoa alheia de índole fraterna e quase-idas-pelo-cano-abaixo-a-ver-se-gostas sem fim.
Uma vez, ao chegar a Trás-os-Montes, quando o passei do aquário de viagem para o de vidro, notei que a água saía da torneira muito castanha. Escandalizada com a impureza de tal meio, decidi ir buscar água limpa, de beber, da nossa. O problema é que essa água estava na rua e era Inverno. Quase parei o coração ao bicho, com a água gelada.
O Zé Pedra, apesar de tudo, viveu pelo menos três anos. Uma eternidade, portanto.
Agora já lá tem o Óscar para lhe fazer companhia, no céu dos peixes.
De cada vez que dou um salto a este blogue, tenho crises existenciais e pontadas de ciúme (quiçá mesmo de velha e proverbial inveja, para chamar os bois pelos nomes) por verificar que tenho uma irmã mais nova que escreve melhor do que aqui a "cota", que faz da escrita profissão.
ResponderEliminarO que vale é que me passam logo os maus fígados, curados com doses homeopáticas de orgulho fraterno ("É a minha irmã, é a minha irmã!"), a que acrescem os eflúvios do estrelato por interposta pessoa, à imagem daqueles anónimos que se sentaram nos bancos de escola com a Gwyneth Paltrow ou com o Johnny Depp, e que depois vendem fotografias deles "pré-stardom" muito borbulhentos e gordos - sim, é que eu também conheci o Zé Pedra e a autora deste blogue, e não faltam fotos comprometedoras...
Ibidem Ibiudesca
Já nem me lembrava do Zé Pedra!Bichinho resistente!Também eu tive uns bichinhos laranja dentro de um minúsculo aquário, mas nenhum tão resistente como o Zé Pedra!Mas é normal, já que na minha casa nenhum ser vivo (para além de mim e da minha mãe) sobrevive!Nunca percebi porquê?Enfim...
ResponderEliminarSofia