quinta-feira, março 24, 2011

Migas

Na terça comovi-me quase até às lágrimas com uma parte de uma música que já ouvi sei lá quantas vezes, sentadinha no autocarro a caminho do trabalho. Nessa noite tinha sonhado (a cores, como sempre) com um funeral e três mulheres de preto, a filha do morto muitíssimo bem disposta e eu a pensar "queimaste a pipoca, pá", mas não disse nada porque mesmo em sonhos a gaja continua a ser minha patroa. Depois subimos as duas uma espécie de colina, tantas vezes que eu já subi aquela colina ou uma-outra-qualquer-parecida em sonhos, subimos e ela desapareceu, mas a minha preocupação eram as escadas de betão para descer, com uma inclinação de quase 90º, corrimão quase nada, e eu a ver que me estatelava. Ainda perdi uma meia-hora de vida a tentar saltar do fim da escada para a terra ao lado, todos saltavam menos eu, que mesmo em sonhos sou caguinchas com alturas. E afinal era tão simples, o chão estava ao nível do último degrau e foi só passar a perna por cima do corrimão. (Ah, isto explica tanta coisa, mas agora não temos tempo.)
Como grande final, pus-me a falar francês e esqueci-me que le si n'aime pas les R. Mérde!

P.S. Matava por umas migas, juro que matava.

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