quarta-feira, julho 15, 2009

Às vezes,

as saudades são tão fortes que, se tivesse olfacto, diria que me cheira a Trás-os-Montes nas ruas do Porto. Ontem estava sol e, em vez de ir para casa, apetecia-me conduzir até lá e ir apanhar cebolas. Isso mesmo. Apanhar cebolas e estar com eles sem pressas, sem compromissos difíceis, só o sol e a terra e o ar. As saudades fazem-me ter vontade de chorar, ouço a música e lembro-me de Setembro e eu que sempre detestei Setembro, Setembro é o maior dos meses, onde cabem cebolas e luares magníficos ainda de dia e amoras e a terra solta e seca toda dentro dos sapatos. Apeteceu-me chorar quando a minha mãe disse que ligou para a minha madrinha, mas que não estavam, "tinham ido à horta". Eu dava tudo para estar lá com eles, terra nos sapatos, feridas nas mãos, dores nas costas, tudo.
Apeteceu-me chorar com as saudades. Mas também está para me vir o período.

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