segunda-feira, setembro 15, 2008

Estou apaixonada

Fui às cebolas com os pais substitutos. Antes, comi todas as amoras que encontrei na amoreira grande. Muitas ainda estão verdes. Sujei as mãos todas, como convém.
Seja da idade ou da prática, consegui não sujar a t-shirt.
Depois enterrei-me até aos tornozelos na terra solta à volta das cebolas e ao apanhá-las consegui picar-me numa urtiga e fazer uma ferida noutro dedo. Luvas, é o nome da minha cura.
Enchemos a pá frontal da retroescavadora e eu ataquei a amoreira pela última vez.
Voltei para arrumarmos as cebolas, eram 424.
Enquanto ele ia arrumar a máquina, a madrinha picava comida para os pirús e eu disse
"ficava cá para sempre"
e ouvi
"eu queria-te cá para sempre".
Ao almoço tinha dito ao outro lado que ficava cá, podia ajudar na cozinha e nos coelhos e nos porcos e depois ia dar uma mãozinha à vacaria. Riram-se, mas disseram que sim, posso ficar o tempo que quiser.
Amanhã vou à feira ver os farrachicos, não me perguntem o que é que eu também não sei.
E enquanto faço o caminho entre as duas aldeias, na minha cabeça passa o filme de ficar cá ("para sempre", "eu queria-te cá para sempre") e a lua cheia amarela e redonda mete-se comigo, fica se és mulher. Serei?

5 comentários:

  1. Bons tempos de apanhar amoras.
    Mas as que apanhava era a beira da estrada. E não era de amoreiras mas de silvas. :D

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  2. acho que apanhar cebolas é um emprego com futuro!

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  3. Ola MQ, não podia deixar de fazer um pequeno comentário ao teu maravilhoso blog.

    Em 1º lugar gostaria de te felicitar pelo simples facto de teres trabalhado arduamente no campo, pois de hoje em dia ja n se encontram mulheres destas,as chamadas "mulheres de pêlo na venta", se soubesses pregar os botões das calças e cozer os buracos das minhas meias eu era homem para casar contigo.

    Em 2º lugar quero relembrar-te que me prometes-te trazer uma transmontana "boa" ou uma alheira, fica ao teu critério pois confio no teu bom gosto.

    Até mais ver, um grande beijinho do teu filhinho preferido...

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  4. FQ, não sei muito bem que nome terá, mas tenho a certeza que casares com a Mamã é crime. Ou se calhar é só pecado... e isso não me faz diferença, confesso.
    Mas pregar botões e cozer meias são duas das razões pelas quais eu não me caso. :D
    Quanto às prendinhas da terra, acho que vai ter de ficar para outra vez, não tive tempo suficiente para convencer/raptar uma moça lá de cima.
    Vai uma alheira?
    E um whisky? ;)

    Porte-se bem, filho preferido!

    Beijo grande da Mamã!

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