Vou arranjar as mãos e enquanto espero que o verniz seque, cedo finalmente à voz da Júlia Pinheiro na televisão do cabeleireiro.
O tema não podia ser pior: criança de 17 meses morre sufocada com sopa dada pela ama directamente do pacote.
Dizer que não se percebe que tipo de pessoa faz uma coisa destas é pouco.
Dizer que não posso sequer começar a perceber a mágoa destes pais é o mínimo.
Mas a nossa querida Júlia não, parece doutorada em bacoradas. Assim mesmo.
Pois ela ri-se a meio das explicações, diz barbaridade atrás de bacorada, faz com que o tema pareça uma banalidade, um mimo!
A minha preferida:
Júlia: Pois, agora é começar a ultrapassar. (Fácil, fácil, ó Júlia.)
Pai: Ultrapassar nunca se ultrapassa.
Júlia: (riso nervoso) Pois, claro, não era isso que eu queria dizer...
Então o que era, Júlia? Era que não estás treinada para estas coisas? E que se calhar antes de voltares a levar pessoas em tão óbvio e legítimo sofrimento ao teu programa de mau gosto devias se calhar aprender as regras básicas da condição humana, empatia e compaixão?
E se calhar seres menos tia também ajudava, não?
Eu gosto pouco da Oprah por ser tudo tão encenado e estudado, mas ao menos essa já aprendeu a fingir (e bem) que sente a dor das pessoas.
Entre as duas, a escolha é óbvia: Fátima Lopes. Trigueirinha e coloquial, mas ao menos com um coração a sério e coragem para abordar temas difíceis.
Uva, é o nome do verniz.
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