Como poderão ter reparado pelos comentários (só para os mais atentos), a direcção do Isto é de Joana (doravante conhecido como IedJ) e acompanhante decidiram fazer a vontade ao dedo (ao pé, neste caso) e combinaram um passeio pela Arrábida com a direcção do A Vida não é um Padrão (doravante conhecido como AVneuP) e acompanhante.
A coisa não começou bem. Para já, um sábado mal organizado fez com que cozinhássemos a ementa do dia seguinte (quase) pela noite dentro. A juntar a isto, uma mudança de hora que nos veio roubar 60 minutos a um sono que escassas horas teve. Uma tristeza.
Farta de estar sempre atrasada, a direcção do IedJ decidiu levantar cedinho (8h30 da hora nova), tomar o seu banhinho e acabar de arrumar o piquenique. O acompanhante, por estas horas, dormia um sono pesado, só momentaneamente interrompido pela homilia de Domingo de manhã da Antena1.
Tudo decorria como planeado, até a direcção do AVneuP e acompanhante decidirem ligar, por volta das 9h (hora marcada para aparecerem cá em casa) para dizer, entre bocejos, que se calhar a hora antiga era uma hora mais bonita. Apareceram às 10h30, sensivelmente.
Finalmente no carro, rumo à ponte Vasco da Gama, que na outra corria-se de outra forma, toca a sacar dos mapas, cartas topográficas e percursos recomendados tirados da internet.
Paragem obrigatória num tasco de beira de estrada para um café (havia uma direcção e um acompanhante cheios de sono e não éramos nós) e toca a rumar à aldeia de Pedreiras.
Acabadinhos de chegar, indicações de um habitante no papo, lá vamos nós, de mochilas e máquinas fotográficas às costas, fazer um percurso aconselhado a pessoas com alguma preparação física. Foi mais ou menos nesta altura que eu percebi que era melhor voltarmos para trás, mas não querendo dar parte de fraca, avançámos.
Por onde é, por onde não é, apenas uma pedreira gigante e feia como ponto de referência, decidimos arriscar e seguir os instintos de escuteiro do acompanhante cá de casa. O mal foi quando seguimos os instintos de não escuteiro de uma certa direcção que eu não digo quem é, mas aponto.
"É por aí acima, a direito", dizia ele. E o caminho, óbvio, a apenas uns metros de distância, mais acima na estrada da pedreira.
"Parece-me que é por ali, não?", dizia esta direcção, apontando (eu gosto muito de apontar e não acho que seja feio) para o caminho, óbvio, claro, só uns metros mais acima.
Como até ali eu me tinha portado miseravelmente, revelando a mariquinhas que há em mim, choramingando nas descidas mais acidentadas e suplicando ajuda nas subidas mais íngremes, as minhas palavras caíram em saco roto (as they should), e lá fomos nós pelo caminho mais difícil.
Difícil é eufemismo. Maldissémos as indicações do percurso que referiam apenas que "a mata mediterrânea densa poderá dificultar a caminhada", jurámos vingança em forma de emails de protesto, rogámos pragas ao responsáveis do site, aos responsáveis pelo parque Natural da Arrábida e até aos responsáveis por haver vida vegetal na terra.
Subimos por entre arbustos, silvas e árvores, muitas vezes tendo mesmo de desbravar caminho, de tão densa era a vegetação. Escorregámos (e caímos) por pedras cheias de musgo, terra lamacenta da chuva e ramos pouco próprios para apoio. Arranhámos mãos, braços e pernas, a tentar passar por entre azevinho, alecrim, urtigas e arbustos de toda a espécie.
Desesperámos em pontos onde nem sequer podíamos seguir de pé, onde só se passava por baixo da vegetação. Desesperámos em pontos onde parecia não haver saída, nem para cima, nem para baixo.
Quando finalmente chegámos ao cimo, quase caímos do outro lado, a falésia a pique para o mar. (Mas seria uma linda maneira de morrer, lá isso...)
Desiludidos com o resultado da escalada, decidimos parar para almoçar, esfomeados (já eram três e meia).
Depois de um belo repasto e de observarmos convenientemente as vistas e a neblina que subia do mar com o vento (e a nuvem negra que se alojou sobre nós), toca de arrumar a tralhinha e tentar descer, todos a torcer por um caminho melhor.
E não é que havia? Tão melhor e tão fácil era, que nos levou 15 minutos a descer, apesar de ser um caminho mais comprido. Nós demorámos quase três horas a subir.
Com o medo da chuva e do mau tempo, não ocorreu a esta direcção levar um protector solar. Resultado: a direcção deste vosso IedJ tem o nariz queimado do sol (todo vermelho, qual cartoon) e o acompanhante desta direcção tem a cara, exceptuando a zona da barba, vermelhinha como um tomate.
Notas para uma próxima experiência: levar protector solar, seguir os percursos recomendados (e não os inventados) e comer mais vezes. Estar a morrer de fome não ajuda a sensação de desespero causada por um caminho a corta-mato.
Ah, e pôr açúcar na tarte de maçã. Para a próxima não me esqueço!
A coisa não começou bem. Para já, um sábado mal organizado fez com que cozinhássemos a ementa do dia seguinte (quase) pela noite dentro. A juntar a isto, uma mudança de hora que nos veio roubar 60 minutos a um sono que escassas horas teve. Uma tristeza.
Farta de estar sempre atrasada, a direcção do IedJ decidiu levantar cedinho (8h30 da hora nova), tomar o seu banhinho e acabar de arrumar o piquenique. O acompanhante, por estas horas, dormia um sono pesado, só momentaneamente interrompido pela homilia de Domingo de manhã da Antena1.
Tudo decorria como planeado, até a direcção do AVneuP e acompanhante decidirem ligar, por volta das 9h (hora marcada para aparecerem cá em casa) para dizer, entre bocejos, que se calhar a hora antiga era uma hora mais bonita. Apareceram às 10h30, sensivelmente.
Finalmente no carro, rumo à ponte Vasco da Gama, que na outra corria-se de outra forma, toca a sacar dos mapas, cartas topográficas e percursos recomendados tirados da internet.
Paragem obrigatória num tasco de beira de estrada para um café (havia uma direcção e um acompanhante cheios de sono e não éramos nós) e toca a rumar à aldeia de Pedreiras.
Acabadinhos de chegar, indicações de um habitante no papo, lá vamos nós, de mochilas e máquinas fotográficas às costas, fazer um percurso aconselhado a pessoas com alguma preparação física. Foi mais ou menos nesta altura que eu percebi que era melhor voltarmos para trás, mas não querendo dar parte de fraca, avançámos.
Por onde é, por onde não é, apenas uma pedreira gigante e feia como ponto de referência, decidimos arriscar e seguir os instintos de escuteiro do acompanhante cá de casa. O mal foi quando seguimos os instintos de não escuteiro de uma certa direcção que eu não digo quem é, mas aponto.
"É por aí acima, a direito", dizia ele. E o caminho, óbvio, a apenas uns metros de distância, mais acima na estrada da pedreira.
"Parece-me que é por ali, não?", dizia esta direcção, apontando (eu gosto muito de apontar e não acho que seja feio) para o caminho, óbvio, claro, só uns metros mais acima.
Como até ali eu me tinha portado miseravelmente, revelando a mariquinhas que há em mim, choramingando nas descidas mais acidentadas e suplicando ajuda nas subidas mais íngremes, as minhas palavras caíram em saco roto (as they should), e lá fomos nós pelo caminho mais difícil.
Difícil é eufemismo. Maldissémos as indicações do percurso que referiam apenas que "a mata mediterrânea densa poderá dificultar a caminhada", jurámos vingança em forma de emails de protesto, rogámos pragas ao responsáveis do site, aos responsáveis pelo parque Natural da Arrábida e até aos responsáveis por haver vida vegetal na terra.
Subimos por entre arbustos, silvas e árvores, muitas vezes tendo mesmo de desbravar caminho, de tão densa era a vegetação. Escorregámos (e caímos) por pedras cheias de musgo, terra lamacenta da chuva e ramos pouco próprios para apoio. Arranhámos mãos, braços e pernas, a tentar passar por entre azevinho, alecrim, urtigas e arbustos de toda a espécie.
Desesperámos em pontos onde nem sequer podíamos seguir de pé, onde só se passava por baixo da vegetação. Desesperámos em pontos onde parecia não haver saída, nem para cima, nem para baixo.
Quando finalmente chegámos ao cimo, quase caímos do outro lado, a falésia a pique para o mar. (Mas seria uma linda maneira de morrer, lá isso...)
Desiludidos com o resultado da escalada, decidimos parar para almoçar, esfomeados (já eram três e meia).
Depois de um belo repasto e de observarmos convenientemente as vistas e a neblina que subia do mar com o vento (e a nuvem negra que se alojou sobre nós), toca de arrumar a tralhinha e tentar descer, todos a torcer por um caminho melhor.
E não é que havia? Tão melhor e tão fácil era, que nos levou 15 minutos a descer, apesar de ser um caminho mais comprido. Nós demorámos quase três horas a subir.
Com o medo da chuva e do mau tempo, não ocorreu a esta direcção levar um protector solar. Resultado: a direcção deste vosso IedJ tem o nariz queimado do sol (todo vermelho, qual cartoon) e o acompanhante desta direcção tem a cara, exceptuando a zona da barba, vermelhinha como um tomate.
Notas para uma próxima experiência: levar protector solar, seguir os percursos recomendados (e não os inventados) e comer mais vezes. Estar a morrer de fome não ajuda a sensação de desespero causada por um caminho a corta-mato.
Ah, e pôr açúcar na tarte de maçã. Para a próxima não me esqueço!
Pois, eu com esta experiência consegui desfazer um mito. Não é verdade que a bússola é a única coisa que um escuteiro precisa. Eu a pensar que sem mapa se safava bem, mas nem isso. Mesmo assim aconselho a ter um escuteiro sempre à mão, principalmente porque são muito maneirinhos para abrir caminho nas silvas e nos arbustos mais espinhosos.
ResponderEliminarConfesso, só hoje é que li com alma e tempo. Está nos "favoritos" e também quero ir dar um passeio destes
ResponderEliminarObrigada pela visita, Rita! E pela paciência de ler um post tão grande, claro. :)
ResponderEliminarVolta sempre!
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xiiii!!! Não podem fazer uma coisa dessas lá para Setembro? Aí até me fazia de convidado :P
ResponderEliminarAo que parece, isto vai ser mais ou menos (ênfase em menos) constante até deixarmos de nos aguentar serras acima ou estar demasiado calor, o que quer que venha primeiro. ;)
ResponderEliminarPode ser que em Setembro ainda estejamos vivos e aí claro que podes vir connosco!
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P.S. De notar que já falhámos a repetição. Pode ser que no próximo fim-de-semana sejamos menos preguiçosos.