a Fiona Apple escreveu a música que me embala os pensamentos e me embalou, ad eternum, o Natal de 1998. O melhor Natal que já tive (é muito triste dizer isto?), o Natal em que o Manel deu tréguas ao mau feitio pós-sesta, a Tina tentou tomar-lhe o lugar (mas nós não deixámos), o mano fritou as rabanadas e as manas foram, como sempre, excelentes companheiras e carrascas, tudo ao mesmo tempo, como sabe melhor.
Eu, quando tinha 17 anos, também escrevi uma música, mas a minha, embora também em inglês, era sobre amores errantes e vícios antigos e nunca foi cantada, nem pelo grupo de garagem que a quis. E eu não tenho a voz da Fiona e chamo-me Joana, so it wasn't meant to be.
Foi a música do meu primeiro primeiro ano da faculdade, assim mesmo porque, dois anos mais tarde, tive outro primeiro, desta vez mais a Sul. Foi a música dos céus azuis-negros das noites do fim de Outono em Vila Real, num Trás-os-Montes que não era o meu, mas passou a ser. Foi a música dos fins de tarde frios, de cachecol e cabelo comprido, a espreitar as primeiras estrelas. Foi a música que, como uma cola, juntou tudo, as amigas, a universidade, as saídas, a família, os sonhos, a realidade, e as minhas raízes, que se mais fundas fossem, estaria agora de pés enterrados na vinha de onde se espreita o Douro, na terra quente do Sol ou fria do gelo, granulosa, solta e dura, ao lado de uma videira rugosa e velha de sabores intensos.
Este ano quero ver mais as minhas amigas, sonhar mais alto e chegar lá (or die trying), e sentar-me na terra que me criou, matar saudades e inspirar-me nos montes que me viram nascer. Já vos disse que sem o planalto não sou nada?
Eu, quando tinha 17 anos, também escrevi uma música, mas a minha, embora também em inglês, era sobre amores errantes e vícios antigos e nunca foi cantada, nem pelo grupo de garagem que a quis. E eu não tenho a voz da Fiona e chamo-me Joana, so it wasn't meant to be.
Foi a música do meu primeiro primeiro ano da faculdade, assim mesmo porque, dois anos mais tarde, tive outro primeiro, desta vez mais a Sul. Foi a música dos céus azuis-negros das noites do fim de Outono em Vila Real, num Trás-os-Montes que não era o meu, mas passou a ser. Foi a música dos fins de tarde frios, de cachecol e cabelo comprido, a espreitar as primeiras estrelas. Foi a música que, como uma cola, juntou tudo, as amigas, a universidade, as saídas, a família, os sonhos, a realidade, e as minhas raízes, que se mais fundas fossem, estaria agora de pés enterrados na vinha de onde se espreita o Douro, na terra quente do Sol ou fria do gelo, granulosa, solta e dura, ao lado de uma videira rugosa e velha de sabores intensos.
Este ano quero ver mais as minhas amigas, sonhar mais alto e chegar lá (or die trying), e sentar-me na terra que me criou, matar saudades e inspirar-me nos montes que me viram nascer. Já vos disse que sem o planalto não sou nada?
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