quinta-feira, junho 17, 2010

O Santo António acabou no São José

Estava eu toda enlevada com a cidade que adoro, aquele sol amarelo que aquece as calçadas (pergunto-me quantos anos terão aquelas calçadas e ruas?) onde provavelmente já tanta gente andou, inspirada pela mesma luz, se calhar não às 7h da manhã de um domingo, mas dizia eu que estava toda enlevada, a certa altura até estava algo comovida, cidade tão linda e tão gaja, pá, linda, inacessível, linda, apaixonante, linda, quando a T. decidiu voar sobre a dita calçada (linda, linda, linda) e toma lá um cotovelo deslocado. E agora onde é que eu escrevo sobre a luz amarela, as parede brancas, a magia daquele sol, o murmúrio das paredes daquelas casas, o prateado do rio que nos olha?

Para que não digam que gosto mais de Lisboa do que do Porto, passo a explicar. Gosto do Porto como de uma coisa que se tem. O Porto é meu, pertence-me de certa forma e é lindo. De Lisboa gosto de maneira diferente - não é minha, não a atinjo, não me pertence. Não é mais nem menos, é diferente.

2 comentários:

  1. No castelo, ponho um cotovelo
    Em Alfama, descanso o olhar
    E assim desfaz-se o novelo
    De azul e mar
    À ribeira encosto a cabeça
    A almofada, na cama do Tejo
    Com lençóis bordados à pressa
    Na cambraia de um beijo
    Lisboa menina e moça, menina
    Da luz que meus olhos vêem tão pura
    Teus seios são as colinas, varina
    Pregão que me traz à porta, ternura
    Cidade a ponto luz bordada
    Toalha à beira mar estendida
    Lisboa menina e moça, amada
    Cidade mulher da minha vida
    No terreiro eu passo por ti
    Mas da graça eu vejo-te nua
    Quando um pombo te olha, sorri
    És mulher da rua
    E no bairro mais alto do sonho
    Ponho o fado que soube inventar
    Aguardente de vida e medronho
    Que me faz cantar
    Lisboa menina e moça, menina
    Da luz que meus olhos vêem tão pura
    Teus seios são as colinas, varina
    Pregão que me traz à porta, ternura
    Cidade a ponto luz bordada
    Toalha à beira mar estendida
    Lisboa menina e moça, amada
    Cidade mulher da minha vida É bem dedicado a ti..P.s.lisboa ja faz parte de ti e tu nem te das conta disso,ou nao queres que assim seja,Amas lisboa,porque quando falas nela,notasse a tua paixao a emoçao adorei ler isto espero pelo s.joao!bjinhos tripeiros!

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  2. Magnífica, a tese de que amamos com paixão o que não é nosso.

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