quarta-feira, março 10, 2010

De crítica em crítica

Depois de um semana de Fantasporto (quatro filmes no papo, incluindo o vencedor do Festival) e uma quinta-feira de sorte em que vi o novíssimo e 3D-zíssimo (e fabulosíssimo) "Alice in Wonderland", caio na esparrela. Bilhetes da companheira mais frequente destas andanças para ver a primeira longa-metragem de uma tal Inês Oliveira, "Cinerama". Bota lá, não há-de ser assim tão mau. Sou tão inocente...
Depois de um começo lento e aborrecido, com maus diálogos e piores actores (nem o Diogo Dória se safa), uma espiral de loucura estúpida. Não tenho outras palavras. As queridíssimas argumentistas que me perdoem, mas têm de começar a fumar droga boa. Essas cenas cortadas com sabe-se lá o quê só vos fazem mal. É a única conclusão a que chego, porque não percebi o filme.
Desconfio que o intuito é baralhar quem o vê e contar (a rir) quantos papalvos ficam na sala até ao fim. Não fomos muitos, acreditem.

segunda-feira, março 01, 2010

Pelo meio da bruma da manhã

A principio é simples, anda-se sozinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no burburinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

e

Disseram-me um dia, Rita (põe-te em guarda)
aviso-te, a vida é dura (põe-te em guarda)
cerra os dois punhos e andou (põe-te em guarda)
e eu disse adeus à desdita
e lancei mãos à aventura
e ainda aqui está quem falou