Da Mar.
sexta-feira, dezembro 04, 2009
(...)
Agora que tenho muitas amigas com filhos, vejo uma geração inteira de mulheres defraudadas. Mulheres a quem todos prometeram igualdade. Que têm ao lado companheiros que as desiludiram, porque alguns até fazem muito, mas quase nenhum faz metade. Que vivem numa sociedade que aplaude a maternidade abstracta, mas lida muito mal com os custos e as chatices da concreta. Que recrimina as mães-trabalhadoras-cansadas que não rendem o mesmo, que faltam, chegam atrasadas e saem a correr. E vejo mulheres cheias de culpa, porque parece que tudo isto é responsabilidade delas. Que os pais e maridos não assumem a sua parte porque elas deixam, porque gostam, porque são controladoras e perfeccionistas e só está bem feito quando é feito por elas. Porque não exigem, não reivindicam, não se zangam ou fazem chantagem. Que não se impõem no trabalho, não exercem os seus direitos. Que escolhem ficar em casa. Ou que não escolhem ficar em casa.
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