sexta-feira, março 06, 2009

Quando nasceu

o pai não me deixava pegar nela. "Quando ela for maior, agora ainda é muito pequenina", cheio de medo que eu a deixasse cair. Não demorou muito até ela ser suficientemente grande para eu lhe pegar e mudar fraldas e levar à casa-de-banho e dar de comer e tomar conta dela, brincar com ela e ensinar-lhe parvoíces. Depois nasceu o irmão e fiquei com eles tantas vezes que já nem me lembro de todas.
Às vezes olho para a (única) fotografia dela que temos em casa, teria 4 anos, e nem acredito como era possível ser tão fofa ou como conseguíamos afastar-nos dela, de gatas por baixo da mesa da sala a dizer "sou um gatuco!" e "quero chouricinho, quero chouricinho!!".
Mais do que tudo, lamento não a ter mimado mais, não ter tido mais paciência, não a ter aproveitado mais quando ainda me cabia no colo e me queria acima de qualquer outra pessoa para a levar à casa-de-banho (tantas parvoíces que lhe ensinei nessas alturas).
Fez 18 anos na terça e pelo meio das mensagens desencaminhadoras (minhas) e cheias de X's e K's (dela), diz-me que precisa de falar. Respondi a verdade, estou aqui para te ouvir quando quiseres. (E sim, levo-te à casa-de-banho se tiver mesmo de ser.)

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