segunda-feira, abril 10, 2006

A minha Ma(e)na

Hoje a minha mana faz anos.
Nasceu no ano da Revolução e por isso deve ter-lhe ficado no espírito a energia desses tempos. Ela dá aulas, coordena formações (quando não as dá também), voluntaria-se para acarinhar crianças em instituições, tira cursos de teatro, assiste aos espectáculos do marido e ainda é linda, linda. Mesmo quando não é.
Quando eu era pequena, era ela que me dava banho, penteava o cabelo e cortava as unhas. Era com ela que eu ralhava e esperneava "porque me cortaste esta muito rente, agora dói-me", "ai que me arrepelas o cabelo" e "não quero ir tomar banhoooooooooo".
Era ela que me vestia, muitas vezes, quando eu ainda não o sabia fazer.
Quando fomos viver para o Porto, era ela que cozinhava o almoço, tantas vezes, e que mandava na empregada e lhe dizia o que era preciso fazer. Era ela que sabia que comida havia e o que se cozinhava.
Era ela que me levava ao cinema, mesmo quando estava com o namorado.
Foi ela que, muitas vezes também, me ouviu os desgostos de amor e me disse "vá, agora vai tomar banho [ficou-lhe a mania] e vem connosco ao cinema", depois de eu chorar baba e ranho.
Era ela que me ia buscar ao instituto e era com ela que eu mais saía: íamos às compras, ao passeio, ao laró. Era também ela uma das minhas "motoristas", usada e abusada.
Quando me faltou, já no secundário, fez-me muita, muita, muita falta.

Hoje a minha mana faz anos e eu quero dizer que te adoro, que te agradeço os risos, os ralhos e as conversas e que te desejo todas as coisas boas que tu mereces e sei que vais ter.

E dá-me um sobrinho, already!

Beijos!

4 comentários:

  1. Cheguei em dia de festa. Tenho direito a fatia de bolo? Eu, gulosa me confesso.

    Gostei. Posso voltar?

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  2. Não há bolo, porque estamos em tempo de dieta, apesar das amêndoas pascais (ou será por isso?). Mas podes voltar sempre que queiras, até de noite, quando o blog está a dormir, que ele tem o sono pesado.
    *

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  3. ai que texto tão bonito de pôr a lagriminha no olho....

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  4. Qual lagriminha no olho! As lágrimas soltaram-se em jorro pela minha cara abaixo, em plena biblioteca da escola, com uma colega ao lado que não pôde deixar de notar e, curiosa, quis também ler a mensagem linda que a minha "rapa-tachinhos" (vulgo caçulinha, ou ainda, irmã mais nova) me escreveu pelo meu aniversário...
    Fiquei sem palavras, ainda mais porque, privada desde há algum tempo de net (em casa e no trabalho - um dos muitos que ela refere), só hoje pude consultar o famoso blog e ler o meu post(alinho)!
    Obrigada mana, é bom saber que o que ficou não foram só as recordações menos boas, de quando me armava em Mãe e te ralhava injustamente, tantas e tantas vezes...
    Afinal, não podias mesmo ter sido encontrada nas "látchinhas" (contra o que o teu irmão quer fazer crer ;-)
    Beijos muito doces!
    Pi (ou a Rainha das "Natas")

    P.S. Tens a certeza que era eu que te levava ao cinema???`É que agora assim, de repente, parece ter-se varrido da minha memória! Mas se tu o dizes...

    Já agora, uma curiosidade: para além de ter nascido 15 dias antes da Revolução que celebramos já na próxima 3ª feira, sou da idade do SPZN (o Sindicato dos Professores da Zona Norte) que, tal como eu, comemora o seu 32º aniversário este mês!

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